O Clóvis do “5 Solas” postou um texto interessante sob o titulo “Agostinho e o livre-arbítrio”. Na verdada é um parágrafo e começa assim:
“Confessamos que em todos os homens há um livre arbítrio, pois todos têm entendimento e razão naturais, inatos. Não no sentido de que sejam capazes de algo no que concerne a Deus, como, por exemplo, amar e temer a Deus de coração.”
E lá estava eu de novo confrontado com a questão razão e fé...
Que Deus é esse que não nos permite amá-lo por livre escolha?
Que pecado original é esse que é maior que o amor?
Se Deus não nos permite escolher amá-lo que é a melhor escolha da vida, então Ele não nos permite escolher nada. Pois o resto é café pequeno. Ou será que Ele nos força a amá-lo?
É verdade, o homem não pode nada por si só, sem Deus. Afinal viemos d’Ele. Somos criaturas e filhos seus. Poderíamos parar por aqui e pronto. Mas aí é que entra o tal do livre arbítrio.
Deus toma certa distância e nos deixa escolher por nós mesmos, Ele nos prova, Ele deixa-nos dar uma resposta ao seu primeiro passo de nos amar incondicionalmente. Ele também espera de nós o amor, que deve por definição ser incondicional, não é mesmo? Ainda que seja um amor imperfeito, pois só Deus é perfeito, mas um amor verdadeiro e sincero. E isso independe se já somos salvos ou não.
Poderíamos pensar que só os salvos tem a capacidade de amar a Deus. Mas será que Ele violenta o livre arbítrio de uns dando-lhes um novo coração capaz de amá-lo? Continuo descrente dessa ação tirana divina. Ou se ele faz isso por amor e graça, então que faça com todos! Não somente com uma minoria de escolhidos!
Claro não iremos concluir aqui, hoje, esse debate de séculos! Mas o que entendo hoje foi o que conclui das parábolas da pérola e do tesouro:
Um achou por sorte, acaso ou destino (que chamaríamos de providência divina ou predestinação) o outro por determinação, escolha e convicção (que chamaríamos de livre arbítrio). Entre estes dois extremos e na interação dos dois exemplos nos encontramos todos nós que um dia achamos o Reino, o Rei e tudo que representam, e nos apaixonamos por ele.
Uns talvez pendam para o lado da predestinação (Deus colocou o tesouro no meu caminho), outros para a livre escolha (vi que a pérola era de valor e optei por ela). Talvez estas histórias representem não um momento, mas uma vida inteira, um conjunto de pequenas e grandes escolhas, um conjunto de providências divinas. Por isso às vezes é tão complicado estabelecermos nosso marco de conversão...
Mas uma coisa é certa, não importa se por livre arbítrio ou por predestinação, aquele que acha este bem de valor, seja a pérola ou o tesouro escondido passa pela cruz, entrega tudo que é e tem para obtê-lo por completo. Será que já chegamos a este ponto?
Obrigado pela sua visita também no blog: "Libertos Para Pensar". Publiquei hoje algumas coisas legais lá, conto com sua interação maninho, e com a de todos(as) ilustres que participam do seu blog.
ResponderExcluirMais uma vez, parabéns pelo artigo.
Abraços, do sempre amigo.
Pensei demais e várias vezes em dar tudo pela pérola de grande valor e não consegui. Acho que preciso pensar menos da próxima vez e agir mais ou algo assim.
ResponderExcluir"todos" ou "alguns". Vejo aqui novamente o dualismo do qual tentamos - inutilmente - escapar, não é?
ResponderExcluirSerá que não pode ser "os dois"? Tanto "todos" quanto "alguns" podem amá-lo, de modos diferentes e imperfeitos, mas com amor?
Lou, se você não deu tudo pelo Reino, quem é que deu então?
ResponderExcluirA não ser que sua interpretação dessa parábola seja a de Escofield...
Rbinho,
ResponderExcluiré a pena do Forest Gamp.
Roger,
ResponderExcluirMais uma vez obrigado por visitar e interagir com meu blog.
Seu post merece uma resposta mais condizente, o que pretendo fazer com um texto no meu blog. Por ora, apenas alguns esclarecimentos, que julgo importante.
Deus não nos impede de amá-lo por livre-escolha. Aliás isso é um absurdo, o amor não pode ser impedido. Pode não ser correspondido, mas proibido, não. Se o homem natural não é capaz de amar a Deus, isso se deve ao homem, e não a algum obstáculo colocado por Deus.
Deus também não nos força a amá-lo. Ele muda o nosso coração e abre os nossos olhos, para que passemos a amá-lo livremente. Nas palavras de Davi, nos apresentamos voluntariamente no dia de Seu poder.
Tampouco essa ação soberana e graciosa de Deus, de mudar nosso coração, pode ser chamada de "tirania divina", sem que com isso demonstremos ingratidão para com o que Ele fez conosco. Sobre a "injustiça" da eleição, me estenderei um pouco mais em outra oportunidade.
Deus continue abençoando-o.
Então manda vê, Clovis,
ResponderExcluirmas não se assuste com meus argumentos picantes e terminologias provocativas.
Provavelmente se eu tivesse achado um Blog de um armi.. como se diz, arminaista? pois é, se achasse um Blog onde alguém puxasse a brasa para a serdinha do lívre arbítrio, excluindo a ação soberana divina, estaria usando a mesma tática para tentar mostrar que nós nem escolhemos a cor dos nossos olhos, a família que nascemos ou nosso padrão social e muito menos as épocas de nosso nascer ou morrer. E que foi ele e não nós quem nos fez ovelhas do seu pastoreio.
Enfim, mande bala que sempre temos algo novo a aprender nesses debate papos,
Uma semana abençoada pra ti também,
Roger
Obrigado por Blog intiresny
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