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quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Pecado é não ser humano

Em seu poema Liberdade, Carlos Drummond de Andrade diagnosticou sabiamente:

O pássaro é livre
na prisão do ar.
O espírito é livre
na prisão do corpo.
Mas livre, bem livre,
é mesmo estar morto.

O pássaro é livre para ser pássaro; não pode um pardal mergulhar em alto mar e se dar bem – não é livre para ser um peixe. O espírito, por sua vez, é livre para ser espírito, e está condicionado a um corpo. Em outras palavras, cada coisa nesta vida é livre apenas para ser aquilo que na verdade é – cada ser tem a permissão divina para ser o que é em sua essência.

De forma que podemos concluir que, enquanto humanos, somos livres para ser plenamente humanos, totalmente livres para desfrutar de nossa humanidade. Não obstante, há que se ter cautela nisso: todo aquele comportamento que fere nossa humanidade – “des-humanizando-nos” – escraviza-nos em uma condição não-humana. Qualquer que seja, não será esta escravidão adequada à escravidão a qual estamos destinados.

Destinados estamos a ser humanos, essa é nossa escravidão, e nossa liberdade também. O que passar disso será a livre escolha de se deixar escravizar por outra condição qualquer menos elevada.

4 comentários:

  1. Engraçado Beto,

    que esses pensamentos vem ocupando meu coração diariamente...

    Deus nos dá liberdade. Nada mais, nada menos. Ele não nos programa, não nos encaixota, não determina nossas trilhas, nossas rotas a seu bel prazer. Talvez aqui e ali através de sua criatividade e espontaneadade nos proporciona horizontes novos, mas nunca algo fatalístico, como um destino pré escrito e programado.

    Como a um pássaro ele nos oferece a atmosfera com seus limites, e nos solta. Como a um peixe, ele nos oferece os limites dos rios, lagos e oceanos e nos liberta.

    Agora, em quais ares voaremos, em quais águas nadaremos isso será o exercício da liberdade de cada um.

    Belo Post, viajei nele, rsrsrs

    Roger

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  2. Legal, Roger!

    Que bom que gostou e que pôde viajar...rsrs

    Se cuida!

    Abração!

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  3. Pefeitos o poema e a reflexão.
    É maravilhosa essa aventura do homem da Terra, concedida por Deus, em plena liberdade. Resta-nos saber:
    O que liberta escarviza!
    Eu sou prisioneira do Rei!
    abraços e obrigada pelo post.

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  4. A liberdade do homem é tal que ele pode até - burro que é - abrir mão dela - e há tantos que o fazem!!!

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