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terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Eu e o vento

por Luiz Antonio

Hoje eu senti a dor e o desespero invadirem meu coração. Eu não sabia o que fazer! Não sabia para onde ir! Eu estava tão distante de mim! Eu tentei voltar atrás, achar uma ponte para retornar. Mas eu havia queimado as pontes, não havia como voltar, o jeito seria prosseguir. Mas, às vezes, o fato de não olhar atrás e seguir em frente nos deixa tão vazios. Parece que não se sabe aonde ir. É como dar um salto no escuro, viver de incertezas, não saber o que se é para simplesmente ser.

Emoções à flor da pele. Uma canção que ecoa no silêncio. Um livro tão lindo que não consigo ler. Uma presença ausente que me inquieta. Sentimentos sombrios que me fazem delirar. Verdades que não consigo compreender. Uma vida que não consigo pensar.

Hoje eu olhei para mim.

Vi um menino indefeso. Um garoto inocente. Um rapaz malicioso. Um homem mal. Uma criança encantada. Várias faces, um mesmo ser. Muitas personalidades, uma só pessoa.

Tudo flui.

Não sei de onde venho, nem para onde vou. Como o vento que sopra pela Terra. Com ele eu sigo nessa caminhada de desconstrução, desintegração. Desfazendo-me de mim a cada dia e unindo-me ao Uno que a todos traz vida.

É! Quem quer que eu seja, sou Teu (Bonhoeffer).

“O Vento sopra aonde quer, ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito (Ruah – o Sopro – O Vento).”

Extraído de Fraternus 2007

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