Semana passada fui a terras brasileiras, à província das Minas Gerais. A mesma Beagá que, dias antes, chorara copiosamente a morte de um de seus cidadãos honorários me recebeu calorosa e ensolarada – talvez só orgulho pelo seu novo status de emergente.
Precisei fechar um dos mais intensos capítulo do livro de minha vida: a despedida de meu pai.
Aquelas páginas saíram encharcadas de lágrimas. A tinta das letras borraram o enredo e estragaram aquilo que um dia intencionou ser uma boa comédia. Precisei fazer várias revisões.
Ao encontrar com familiares, amigos, vizinhos e conhecidos de papai, fui vendo personagens ressuscitarem como heroicos titãs. Eles que há muito, em capítulos anteriores, haviam sumido, afugentaram monstros horríveis que assombravam os calabouços de minha alma. Outros brotaram como fadas e seus encantos, enchendo minha bagagem com elixires e porções mágicas, para enfrentar os perigos vindouros. Já outros aparecerem como que em visões, como mentores que revisavam um por um os principais pontos da missão a ser cumprida nos capítulos seguintes.
Agora eu, o protagonista, retorno solitário para terras germânicas, para meu castelo, para os seios e lábios de minha linda rainha e nossas três princesinhas. As quais em uma conspiração tomaram posse das tintas sagradas e da pena secreta, e vão rabiscando e ilustrando páginas futuras dessa breve aventura, que eu chamo de “minha” vida. Mal sabem o que isso lhes custará um dia…
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