O primeiro homem, ao sair da forma, não era um ser livre. Desconhecendo o bem ou o mal, não poderia fazer escolhas pautadas em sua própria consciência.
Quando Deus diz a Adão, “certamente você morrerá” não surtira o mesmo efeito de advertência que, hoje, para nós, cidadãos escolados no mal e na morte, surte.
Adão não poderia saber o que era morte, e nem mesmo avaliá-la como algo maligno. Para efeito de comparação seria como se Deus hoje te dissesse “se você fizer isso, certamente entrará para o estado ípsilon latus”. Ípsilon o quê? - Isto não te diria absolutamente nada!
Poderíamos imaginar assim o diálogo entre Deus e Adão:
- Não faça isso.
- Por quê?
- Por que você morrerá.
- O que é morrer?
- É difícil para você entender… Não é nada para o seu bem…
- E o que é bem?
- Bem é o contrário de mal.
- E o que é mal?
- O mal… Adão, simplesmente não faça isso.
- Mas por que?
- Porque estou mandando.
- Por que?
- Porque eu quero.
- Ah… entendi.
Completamente escravo da ordem divina, no que tange o julgamento moral, o homem precisaria, como já se poderia supor, ser completamente livre, no que tange a ação volitiva, para desobedecer, ou não.
Dito de outra forma: incapaz de julgar por si mesmo, o homem teria que, para não se comparar a um robô pré-programado, ser capaz de, no mínimo, agir voluntariamente.
Ou ainda de outra maneira: até atingir a maioridade o homem precisaria da lei, só então poderia viver na liberdade do espírito, ou seja, de sua própria consciência.
O moralismo religiosos é aquele que nunca chega a idade adulta, nunca morre para a lei, nunca vive no espírito, por isso mesmo nunca vive, de forma alguma.
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