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domingo, 17 de abril de 2016

O bêbado e o trapezista

Pai e filho boquiabertos olhar para o alto
Toda a atenção voltada para a arte e beleza de um simples salto

A esperança já havia terminado seu espetáculo
Agora era a vez da fé a balançar intrépida e desavisada
Experiente já vi isso
Inocente temo pelo artista
Pai e filho unidos numa mesma visão mista

Direita esquerda, esquerda direita
As luzes focadas no pêndulo
pra frente pra trás
Envoltos pela escuridão
Acelerado o coração
Mãos tensas
O mesmo sufoco
loco

Lá vai ele o bêbado
E suas irreverências
Meu Brasil
Sonhando ser gente grande
largando a mão da mãe gentil

A tenda do circo encobriu a chuva
Que apagava os ânimos de quem atiçava o fogo
De quem roubou na bilheteria
Choram de pura histeria
O troco foi dado errado
Havia muito a ser reparado
muito pouco a ser perdoado

Mas a criançada agora ria
aplaudia eufórica a mágica estripulia
Aquele trapezista de testa suada
Também sabia
Do seu salto mortal já do outro lado
O show ainda estava longe de ser terminado

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