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domingo, 11 de setembro de 2016

Ser feliz sem temer

Não confunda, por favor, ser feliz sem temer com “sem medo de ser feliz”… pois tudo isso poderia nos encaminhar para uma discussão política. E ninguém, com um mínimo de juízo vai querer isso, agora.

Queremos pensar na felicidade. Na verdade queremos nem pensar nela, queríamos só senti-la.

É algo como na música de Caetano, queríamos só “alegria alegria”. Sem muitas preocupações, sentir o mundo, contemplar a beleza da natureza, não se deixar levar pelas pressões da sociedade e encher o peito de amores. Por que não?

Ser feliz pode ser uma obrigação (chata) ou uma opção de vida (racional). Ser feliz, alegre, pode ser algo artificial, fabricado, um objetivo de vida; ou uma consequência natural de um determinado estilo de vida, pode ser uma obra do acaso, ou um resultado de uma determinação obstinada. Determinação não pela felicidade, mas pela fonte de alegria.

A alegria é fruto. Resultado de um estado de espírito, no mínimo, leve.

Leveza advinda do descarrego. Não no sentido do candomblé, mas do alívio das cargas que nos cansam e oprimem. “Vinde a mim, vós todos que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei”.

“A alegria está no coração de quem já conhece a Jesus”. Por quê? Pois só Ele é capaz de produzir alegria. Poderá até eventualmente ser que alguém que não o conheça, sinta alegria. Ele é a fonte de alegria, “Joy to the World”. Mas de que adianta desfrutar de momentos felizes sem poder agradecer Quem os lhe proporcionou?

“…alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus” – disse Jesus em tom de alerta a seus discípulos. Talvez essa seja a grande razão, o grande motivador de nossa verdadeira alegria. É como a alegria de um vestibulando, que deve ser alegar por ter seu nome na lista dos aprovados – toda a família e amigos se alegram com ele. Ou numa firma onde haverá demissão em massa, e você tem o seu nome na lista dos que permanecerão no emprego. Ou numa festa de gala, e você passa por entre uma multidão à porta querendo entrar e chega ao porteiro que verifica que seu nome está na lista de convidados.

Ter o nome escrito no Livro da Vida! A alegria da Salvação! Seria razão de sobra para manter os nossos “astrais” em alta.

Mas esta alegria pode esmorecer. Ela pode se apagar.

Pode até ser que por razões legítimas nos entristecemos. Pode até ser que por razões nobres nos entristecemos. Poderá até mesmo ser que por circunstâncias desfavoráveis perdemos a alegria, quando na verdade deveríamos exultarmos de júbilo. Pode ser que nos entristecemos, pois a tristeza segundo Deus produz o arrependimento.

Discernirmos o momento e ajustar nossos sentimentos de acordo com a direção de Deus e não de acordo com as conveniências pode ser uma arte difícil de aprender, mas não impossível.

“Canta forte, canta alto, que a vida vai melhorar”. Foi o conselho do sambista. Mas será que a vida vai melhorar mesmo?

“Viver e não ter a vergonha de ser feliz” já aconselhou outro cantor popular. Será que minha alegria é razão de vergonha? Ou será que me orgulho dela? São coisas que somente cada um, de acordo com sua própria (e espera-se sã) consciência poderá responder.

A alegria é essencial. Se verdadeira, é imbatível. E se advinda de um encontro genuíno com o homem de Nazaré, jamais poderá ser roubada.

“Assim também vós agora, na verdade, tendes tristeza; mas outra vez vos verei, e o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém vo-la tirará.” Jo 6:20

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