Desconstrução, narrativa, empoderamento, são palavras recorrentes hoje em dia. Elas são empregadas dentro do contexto de minorias lutando contra uma maioria opressora.
Uma criancinha chega para ver um jogo de
futebol na TV. Um dos times é mais forte, domina a partida. Por não ter um time
favorito, automaticamente ela é lavada a torcer pelo mais fraco. Todo mundo já
passou por essa situação e conhece esse sentimento.
Na vida real nem sempre é tão claro qual é o
time opressor. Contra quem estamos lutando?
Uma derrota na vida custa o emprego. Uma
derrota nos estudos, atrasa a carreira. Uma derrota na vida amorosa custa a
estabilidade emocional. Batalhas são travadas dentro da arena da sociedade, e
nos esforçamos para vencê-las. Mas e se de repente, na ânsia de ganhar, você
não se tornou parte daquele time mais forte, contra o qual por um simples senso
de justiça, uma criancinha torceria contra?
Às vezes parece que há um sistema todo
conspirando contra a pessoa. Talvez pelo fato de ela ter uma cor de pele
diferente, por ter um sotaque diferente, por ter uma outra religião, vir de um
outro contexto social ou simplesmente por pertencer a uma minoria?
Uma vez minha filhinha perguntou se o Diabo
tinha filhos? Alguém se apressou a responder que não. Dando a entender que o
diabo não se procriava. Eu fiz uma ressalva, alegando que o Diabo, sim, também
tinha filhos.
Existe um claro confronto entre os filhos do
Diabo e os filhos de Deus.
“Irmãos, não se admirem se o mundo odeia
vocês”. Nossa expectativa é, erroneamente, que como cristãos nos tornaremos
automaticamente em pessoas amáveis na sociedade. Sim, somos amáveis, mas não
para este mundo. Para o mundo, cristãos verdadeiros são seres odiáveis.
Com certeza sabemos que os que são do Maligno,
como Caim, odeiam com ódio mortal aqueles cujas obras são justas. “O ladrão vem
somente para roubar, matar e destruir.” Vivemos sob fogo cruzado. Não raramente
a munição usada pelo Inimigo de nossas almas são mentiras. Narrativas que vem
sendo construídas ao longo de décadas, séculos, milênios... Pessoas usam essas
narrativas para sua própria vantagem e exercem um poder maligno contra tudo e
todos que as contradizem com a verdade. Assim elas roubam bens materiais e
imateriais. Elas assassinam fisicamente e moralmente. Elas destroem estruturas físicas,
psicológicas e sociais. O ladrão continua roubando, matando e destruindo e
fazendo assim suas vítimas.
A batalha, todavia, não é contra as pessoas. Uma
luta pessoal seria extremamente contra produtiva. Portanto, devemos nos valer
das armas que nos são disponíveis, a saber: a Salvação, a fé, a justiça, a verdade,
a Palavra de Deus e o Evangelho - e lutarmos bravamente no campo onde já somos
mais que vencedores, ou seja, no espiritual. Na verdade, essa é uma batalha que
pertence exclusivamente ao Senhor. Na cruz Jesus já triunfou!
Ali assistimos o time mais fraco vencer de
virada. Ali assistimos o poder do pecado sendo quebrado, removido, destruído. Ali
aprendemos a verdadeira narrativa que exalta a Deus e traz conforto e salvação
para nossas almas. Na cruz, na ressurreição e na ascensão de Cristo somos
emponderados para vivermos nesse mundo com bom ânimo, apesar das aflições. Não
se deixem enganar! Fazemos parte do time vencedor, que vence por meio da
justiça e não por meio da trapaça, ou abuso de poder e força física. Existe um
Trapaceiro. E Jesus destrói as obras dele. Pois “para isto se manifestou o
Filho de Deus: para destruir as obras do diabo” (1 João 3:8). Jesus também veio
para destruir. E destrói.
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