Desde que voltei à Universidade uma pergunta que minhas coleguinhas jovens sempre me fazem é se é verdade que a mãe gosta igualmente de todos os filhos.
Respondo-lhes que não. Que mãe gosta sempre diferente de cada um dos filhos. Aliás seria injusto gostar igual de pessoas tão diferentes. Li, certa vez, a resposta de uma mãe a essa pergunta, gostei muito e assino embaixo.
"A mãe gosta sempre mais do filho ausente, enquanto ele não volta; do que está doente enquanto ele não sara; do que está triste até que ele volte a sorrir; do menorzinho enquanto ele é o menorzinho."
Até aí, eu li. Agora acrescento: Como tem um que fica sempre o menorzinho, fica o mais querido muito tempo, ele mesmo começa a achar a mãe muito chata, que "não larga do pé"e aí a mãe tem de girar a roda.
E isto não é difícil pois haverá sempre um que viaja, outro que tira uma nota menor que o esperado, um que perde o emprego, ou que pega um resfriado, ou que briga com a namorada ou briga com a mãe mesmo. Este é mais perigoso porque a mãe logo pensa: "Mas logo ele que ama tanto...Acho até que gosto um tantinho mais dele que dos outros..."
Mas a roda continuará a girar. Porque ser mãe, apesar da informática e do ônibus espacial tripulado por russos e americanos juntos, da engenharia genética, do bebê de proveta, continua sendo "dividir o coração e entregar sorrindo um pedaço a cada filho".
DURANTE O VELÓRIO A RAQUEL, muito emocionada, FEZ A LEITURA DESTE TEXTO ESCRITO POR MAMÃE.
Foto: Reencontro dos irmãos após 10 anos. Da esquerda para direita Paulo, Maria Elisa, Denise, Raquel, Roger.
Roger, escuta aqui. Quantos filhos você tem?
ResponderExcluirUm? Entao vc nao terá como saber essa resposta, rs.
Mas eu tinha muito medo de nao saber amar o segundo filho. Por eu ter esperado muito tempo pelo Daniel, achei que só seria capaz de amá-lo.
Quando a Vivi chegou, foi uma luta, pois ela nao era nada carinhosa como o daniel sempre foi. Os filhos sao diferentes e pelas diferencas passamos a amá-los cada um a sua maneira.
E entao já fizeram biscoitos de natal? Nós já fizemos muitos por aqui.
Bom dia!!!
Roger,
ResponderExcluirComecei a ler o post sem saber a autoria. Só no final pude voltar e reler tudo, com muita calma. Afinal, texto de mãe é sagrado e exige tirar os sapatos, com atenção litúrgica a cada letra.
Um abraço.
Família bonita!
ResponderExcluirQuerida Georgia,
ResponderExcluirminha sogra normalmente fica com a parte dos biscoitos, mas minha mulher já está a olhar os livros de receitas!
Minha esperança é que um dia em breve terei como responder essa pergunta! hehehe
No mais um beijo para você e sua família!
Roger
Oi Fil,
ResponderExcluirgostei de sua reverência litúrgica! Você nem imagina como eu e o Alysson falamos de você em BH!! hehehe Então você é também um mineirim e de Itabira?! E eu crente que tínhamos dois cariocas na roda... doce ilusão... só falta o Vítor revelar que é de Montes Claros :S
Um forte e saudoso abraço, mano,
Roger
Roger,
ResponderExcluirHá velórios e velórios. Ao que me parece, o de sua mãe foi um genuíno rito de passagem; a leitura de um texto como este, da pena de sua mãe, talvez tenha provocado nos presentes aquela sensação transcendental de que a morte é sim uma despedida, mas uma despedida apenas do corpo, do instrumento. A música continuará ressoando, ressoando...
E a família é mesmo bonita.
Um abraço
Obrigado, Alysson!
ResponderExcluirJá tenho saudades de nosso próximo encontro. Leve nossa saudação ao Fanuel!
Roger