O que afinal de contas tem igreja a ver com a Revolução Industrial?
O que está por trás disso não são somente as questões financeiras e políticas que abraçam e sufocam qualquer organização. Mais do que isso, se é que alguma coisa pudesse ainda superar esses dois vilões, estamos pensando na própria tomada de decisão e na distribuição de tarefas.
Claro que para que as decisões sejam tomadas e as tarefas sejam executadas, necessita-se de muita politicagem e da força da grana que “ergue e destrói coisas belas”. E aí que entra as ciências administrativas com todas as suas ferramentas [não necessariamente] diabólicas.
Com a revolução industrial e o Taylorismo ou Fordismo temos o ápice da idéia de “racionalização das tarefas”, e a alienação do trabalhador (como os respeitáveis Marx e Engels já exaustivamente demonstraram). Assim como na linha de montagem você tem trabalhadores especializados em apertar determinados parafusos e outros em apertar determinados botões, e eles fazem isso horas a fim, meses a fim e nada mais. O mesmo acontece na igreja. Uns cantam no coral, outros recepcionam, outros fazem estudos bíblicos, outros oram e cada um tem o seu “ministério” especial. Claro que no grosso, a maioria não faz nada e um só se encarrega de digamos 70% do trabalho “produtivo” e remunerado, que é pregar aos domingos no culto. Essa é obviamente a caricatura da igreja, e é o que temos hoje, independente da linha religiosa ou teológica.
Esse mal está, de fato, infiltrado em todas as instituições. Para discernirmos o verdadeiro corpo de cristo é necessário um olhar mais apurado, e purificado.
Outro exemplo da Dominação da ótica gerencial está nas questões relacionadas com as funções administrativas ou o chamado PODC (planejar, organizar, dirigir e controlar). É difícil saber qual das quatro é mais usada pelo inimigo para envenenar o rebanho. Embora o controle seja extremamente preferido, e é a mais imbecil das funções, o planejamento é a mais sedutora. Direção pode se tornar um vício, mas como todo vício, sufoca o próprio viciado. Organização é difícil de demonstrar na prática, mas para os “tarados” por ordem pode virar uma verdadeira obsessão e o ambiente eclesiástico é um campo fértil para esse tipo de paranóia.
Ninguém melhor do que Rick Warrem conseguiu trazer para dentro das igrejas o veneno do planejamento. Warren simplesmente veio pavimentando com o concreto do pragmatismo a trilha aberta por Bill Bright e suas leis espirituais com o famoso "Deus tem um plano maravilhoso para sua vida”.
Antes que você me pergunte, afinal o que tem de mal nisso, e antes que eu comece a debulhar o complexo emaranhado que envolve “planos”, “propósito” e “tomadas de decisão” em níveis individuais e coletivos no Reino de Deus, te farei eu uma pergunta:
Quando foi mesmo que Jesus ou os discípulos pregaram (enfatizaram) que Deus tem um plano ou um propósito?
Putz. Linha de produção eclesiástica. Ministérios como alienação do crente. Comparação perfeita.
ResponderExcluirSobre Warren, não sei não. Acho que o alemão Christian A. Schwarz (e seu DNI) consegue fazer o americano parecer um amador.
Nunca vi tanto gráfico na vida como nos livros do cara.
Tuco, graças a Deus ainda não ouvi desse cara aqui - Christian A. Schwarz.
ResponderExcluirMas ainda terei que abordar essa outra paranóia - estatísticas eclesiásticas.
Eu!!! Eu!!! (olha meus braços acenando freneticamente) Eu sei a resposta à pergunta do último parágrafo!!!!
ResponderExcluirN U N C A ! ! ! Nunquinha!!!!
(essa é fácil, mas somos cegos pra perceber..)