Depois de tornar-me cristã, alguém me disse que Deus me curaria. Isso parecia bom demais para ser verdade, e eu não sabia se ousava acreditar. Mas, vendo que na Bíblia nada havia ao contrário, comecei a ter esperanças, e depois a crer. Mas minha fé era bruxuleante. Quando alguns cristãos me diziam:
— Deus não cura a todos. — Ou — Aflição é uma cruz que precisamos carregar — a minha fé vacilava. No outono passado a minha fé parecia morrer. Desisti de acreditar que Deus me curaria. Cheguei, então, à conclusão de que eu não tinha coragem de passar o resto da vida numa cadeira de rodas.
Fiquei amargurada por saber que Deus podia curar-me mas não queria fazê-lo (pelo menos assim eu achava). Eu lia Isaías 53 e 1 Pedro 2,2 4 e acusava Deus por não cumprir a sua promessa que ali estava à minha frente como um pedaço de carne defronte a um cão faminto. Ele me provocava mostrando-me a possibilidade, mas jamais permitindo que eu a alcançasse. Isso, por sua vez, produziu em mim profundo sentimento de culpa, pois sabia pela Bíblia que Deus era um Deus de amor e pronto a atender os homens. O conflito foi tal que minha mente tornou-se insensível e, muitas vezes, cheguei a pensar em suicídio. Comecei a tomar tranqüilizantes para poder agüentar os dias à medida que o ressentimento e a culpa construíam um muro cada vez mais alto entre mim e o Senhor. Nessa ocasião, comecei a ter dores de cabeça e problemas com os olhos. Um oftalmologista não achou a causa. Ainda orava porque sabia que Deus existia, mas geralmente acabava a minha oração chorando e reclamando de Deus. Tinha muita pena de mim mesma, o que era altamente destrutivo. Continuava a perguntar a Deus por que ele não me curava, quando está tão claramente afirmado que a cura faz parte do plano da redenção.
Bárbara Sanderville, uma jovem escritora paraplégica, numa carta para Philip Yancey em "Deus Sabe que Sofremos"
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