A astúcia de um homem como Jesus é dificilmente combinada a seu caráter manso. Chega até mesmo a ser problemática, frente a toda frustração vivida pelo mestre de Nazaré.
Que astúcia estranha é essa que leva uma pessoa diretamente a seus algozes pelas mãos de um de seus melhores amigos?
As inúmeras promessas da Torá e dos livros proféticos, que Ele sabia de cor, sacudiam a alma daquele jovem israelita.
“Bem sei que tudo podes, e nenhum dos Teus planos pode ser frustrado” (Jó 42:2)
e
"Tudo o que ele faz prospera!" (Salmo 1)
As evidências das circunstâncias e de tantas outras profecias que apontavam em outra direção arrastavam seus nervos e emoções até ao inferno.
É evidente que a cruz prevaleceria contra todo ufanismo e se impunha obstinadamente como obstáculo no promissor caminho daquele rabi.
"Se tu podes… Eu sei que tudo podes!"
"Tudo prospera… escárnio, escândalo?"
Conheci e amei pessoas humildes e altruístas, mas também as ambiciosas e egoístas, mas nenhuma delas se deu ao luxo do fracasso.
"O que tem para fazeres vai e faze-o depressa!" Não me pergunte o que, vai e faze-o pois você mesmo já se decidiu.
Você pode conhecer que só te desejo o bem. O que então te pediria se não seu arrependimento? Vá, depressa, e se arrependa! Desfaça o negócio antes que seja tarde demais e tenhas que desfazê-lo quando não houver mais jeito.
Sei que você espera meu comando. Afinal quem é você? Um pobre diabo…Não me faça ver o riso escondido, o sarcasmo, a ira, inveja, a decadência.
Talvez, sim, seja homem e me olhe nos olhos. Você, o único que se perdeu, suportaria ainda minha amizade, meu amor?
Mas você me trai, com um beijo, amigo.
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