Cada gay que eu entrevistava contava histórias arrepiantes de rejeição, ódio e perseguição. Muitos haviam sido ofendidos e espancados vezes sem conta. Metade dos que entrevistei fora deserdada por suas famílias. Alguns dos pacientes de AIDS tentaram entrar em contato com a família afastada para informar da enfermidade, mas não receberam resposta. Um homem, depois de dez anos de separação, foi convidado a ir para casa no jantar do Dia de Ação de Graças em Wisconsin. Sua mãe o sentou à parte da família, em uma mesa separada com pratos de papel e utensílios plásticos.
Alguns cristãos dizem: "Sim, temos de tratar os gays com compaixão, mas, ao mesmo tempo, temos também de lhes transmitir uma mensagem de juízo". Depois de todas essas entrevistas, comecei a entender que cada gay já ouviu a mensagem de juízo da igreja — repetidas vezes, nada além de juízo. As pessoas mais interessadas em teologia que entrevistei interpretam as passagens bíblicas a respeito do homossexualismo de maneira diferente. Algumas delas me disseram que se ofereceram para sentar e discutir essas diferenças com mestres conservadores, mas nenhum concordou.
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Um assunto como o homossexualismo representa uma questão importante porque a diferença centraliza-se sobre uma questão moral, e não transcultural. Através da história, a igreja tem considerado unanimemente o comportamento homossexual como um pecado sério. Então, a questão vem a ser: "Como devemos tratar os pecadores?".
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A política traça linhas entre pessoas; em contraste, o amor de Jesus passa por cima dessas linhas e dispensa graça. Isso não significa, naturalmente, que os cristãos não deveriam se envolver em política. Significa simplesmente que, ao fazê-lo, não devemos permitir que as regras do poder desalojem o mandamento do amor.
Ron Sider" disse:
Imagine o impacto se a primeira coisa que as feministas radicais pensassem quando a conversa se voltasse para os homens evangélicos fosse que eles tinham a melhor reputação em manter os votos matrimoniais e em servir a suas esposas à maneira difícil de Jesus na cruz. Pense no impacto se a primeira coisa que a comunidade homossexual pensasse quando alguém mencionasse os evangélicos fosse que eram pessoas que dirigiam com amor abrigos para aidéticos e cuidavam deles carinhosamente até o último suspiro. Um exemplo um pouco mais sólido e uma mordomia mais difícil valem mais que milhares de palavras verdadeiras enunciadas com aspereza.
Uma amiga minha trabalhava em um centro de aconselhamento para grávidas. Católica sincera, aconselhava as clientes a fazer sua escolha contra o aborto e a deixar que ela encontrasse pais adotivos para os bebês. Uma vez que se localizava perto de uma universidade importante, as ativistas da pró-escolha, com freqüência, faziam passeatas na frente do centro de aconselhamento. Em um dia frio e nebuloso de Michigan, minha amiga mandou buscar umas rosquinhas com café, encomendando o suficiente para todas as ativistas que se opunham ao seu trabalho. Quando chegou o alimento, ela saiu pessoalmente e o ofereceu às suas "inimigas".
"Sei que discordamos neste assunto", ela lhes informou. "Mas ainda as respeito como pessoas, e sei que devem sentir frio ficando aí fora o dia inteiro. Pensei que poderiam precisar comer alguma coisa."
As ativistas ficaram sem fala. Gaguejaram palavras de gratidão e ficaram olhando para o café, embora muitas se recusassem a bebê-lo (será que ela não o tinha batizado com veneno?).
Nós, cristãos, podemos resolver entrar na arena do poder, mas, quando o fizermos, não devemos atrever-nos a deixar o amor para trás.
"O poder sem amor é imprudente e abusivo, o poder é principalmente o amor implementando as exigências da justiça." Martin Luther King Jr.
Philip Yancey em Maravilhosa Graça
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