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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Outras fontes além da Bíblia

Voltando-me para os Evangelhos, lembro-me que nem Cristo usou as Escrituras como “A Juíza”.

Nossa mente, razão, sentimentos, vontades, enfim, coração, pode-se convencer por diversos caminhos. O livro sagrado é um deles. A ação direta do Espírito Santo é outra.

As parábolas de Jesus, seu constante apelo à natureza ou a situações da vida cotidiana, é um indício de que o Juiz, a luz, o veredito, pode vir de outras fontes.

E aí repousa a dificuldade das interpretações bíblicas. Se existem duas ou mais coisas contraditórias, ou você toma uma coisa como literal e passa a considerar as outras figurativas, ou vice-versa. Aí não é difícil achar uma tradução que mude uma proposição ou vírgula para dar ao texto o sentido que mais nos agrada.

Sem dúvida alguma a melhor, se não a única, ferramenta que temos é nossa própria consciência. E que cada um preserve a sua; e não queira impô-la sobre a dos outros.

7 comentários:

O Tempo Passa disse...

Essa a razão dos reformadores proclamarem o "sacerdócio universal dos crentes": Cada um é responsável por ouvir a voz de Deus pra si. E ninguém mais.
Ou como já disse o Brabo: Cada um vive como quer...

Djalmir disse...

A Bíblia hoje é um objeto mágico, uma espécie de medalha ou outro objeto que alguém traz consigo por superstição, atribuindo-lhe o poder de proteger contra má sorte, doenças, acidentes etc.

Na verdade a Bíblia é um campo minado, o indivíduo precisa saber onde pisa, essa é minha preocupação. Os crentes não conhecem a à Bíblia como convém.

Um advogado não pode defender seu cliente baseado na constituição do tempo do Imperador, vai perder a causa e ser ridicularizado.

Eles não ensinam à Bíblia como deveria.

Neto disse...

Roger,

você disse: "Voltando-me para os Evangelhos, lembro-me que nem Cristo usou as Escrituras como “A Juíza”."

Acho que sua memória está meio ruim, Roger. Jesus a usou sim.

Jesus repreendeu uns Saduceus que usaram a Escritura erradamente:
"E Jesus, respondendo, disse-lhes: Porventura não errais vós em razão de não saberdes as Escrituras nem o poder de Deus?" Marcos 12:24

Jesus viveu para cumprir o que estava Escrito:
"Não falo de todos vós; eu bem sei os que tenho escolhido; mas para que se cumpra a Escritura: O que come o pão comigo, levantou contra mim o seu calcanhar." João 13:18

Ensinou que é a Escritura que ensina sobre Ele:
"Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam;" João 5:39

Usou a Escritura contra o Diabo:
"Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, Porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás." Mateus 4:10


A recusa em querer usar as Escrituras como Juíza sobre todos, equivale a rebelião contra Deus.

Um abraço.

Neto disse...

Rubinho,

na verdade, o "sacerdócio universal dos crentes" existe por outra razão (Bíblica): Que Jesus é o nosso sacerdote, e não precisamos mais de sacerdotes humanos, mediadores entre nós e Deus.

Somente isso.

Um abraço.

Humberto R. de Oliveira Jr disse...

As Escrituras nos guiam até Jesus. E a partir daí, passamos a entender toda a Palavra Escrita por meio da Palavra Encarnada, em quem se cumpriu toda a Escritura.

Abraços fraternos.

Eduardo Medeiros disse...

será que Jesus chegou a imaginar que suas palavras um dia estariam escritas em evangelhos?

e de fato foram suas palavras que vieram a constar nos evangelhos ou a contribuição de quem escreveu, de quem ouviu, de quem guardou tal tradição não foram fundamentais no produto final?

ROGÉRIO B. FERREIRA disse...

Oi Neto,

veja bem seus exemplos só vem confirmar o que disse: a Bíblia não pode ser "A" juíza, há mais coisa na jogada. Se não vejamos.

1. Como você bem salientou aqueles saduceus a usaram de forma inadequada. Ou melhor eles nem a conheciam. Esse é um grande problema hoje, muita gente, com a Bíblia na mão, usando-a, sem conhecê-la. Seria melhor deixá-la quieta.

2. O cumprimento literal foi verificado na vida de Cristo, é um absurdo querer fazer uma pescaria de versículo aqui e outro acolá para validar nossos atos. Melhor admitirmos as reais razões.

3. E Cristo completou: e não quereis vir a mim. Ainda que aquela gente estava de posse das letras elas se recusavam a vir para o Espírito. A condição si ne qua nom foi outra.

4. E o Diabo usou a escritura contra Jesus... É bom lembrar que a vitória de Cristo não se deu somente pelo uso verbal da Bíblia. Mas porque ele a encarnou. E ele não foi "Uma Bíblia" encarnada, mas um judeu de Nazaré, que amou a Deus, e não amou a sua própria vida até o fim.

Não tiro com isso a importância da Bíblia, pelo contrário, quero que lhe seja devolvida e reservada sua importância.

Abraços fraternos,

Roger