Todos nós que somos mais antigos do que a era PT, já experimentamos dias piores no Brasil. O Brasil já foi pior do que isso, claro! Mas quem viveu a “Brasilmania” também sabe que o Brasil já foi bem melhor.
Tudo é relativo...
Certamente o Brasil já passou por crises piores. Mas talvez, até mesmo, pelo patamar que o Brasil alcançou, de democracia, institucional e liberdade em vários níveis, nunca se viu tanta crise e em proporções tão gigantescas. Mas até isso pode ser relativizado.
Duas coisas são porém absolutas nessa história.
Uma: os fatos reais, palpáveis. Como os crescentes índices de desemprego, de inflação, enfim da recessão em que se afunda o país. Com isso perde-se a esperança, a confiabilidade. Isso não se pode negar, não se tem mais como relativizar.
Segunda: O que foi prometido na campanha eleitoral foi outra coisa. Evidentemente nenhum político é tão imbecil de prometer recessão. Ninguém esperaria isso... Basta revermos entrevistas, debates ou lermos o programa de governo do PT para constatarmos esse disparate.
Sendo situação, o PT encontrou-se numa “sinuca de bico”, se admitisse falhas no sistema (a deterioração da economia) estaria dando crédito à oposição, se negasse estaria faltando com a verdade. Faltou ao PT, em especial á Dilma, não somente humildade para reconhecer falhas, mas a franqueza e habilidade para sair desse embaraço com vida. Tarefa não fácil e talvez até mesmo impossível.
Aqui chego a meu ponto. Não que eu tivesse sido particularmente enganado. Pois estava óbvio que o PT faria o jogo político corriqueiro de prometer o que, já não seria mais possível cumprir. Mas parte razoável da população foi ludibriada. Essa quebra de contrato tão abusiva e tão gritante é que me faz favorável a toda e qualquer forma democrática e constitucional de remoção da atual presidente do poder. E estou pouco me preocupando se os milhares de critérios em suas minúcias estão corretos. Pois no grosso quem quebrou o contrato da eleição foi sim, senhoras e senhores, aqueles que não cumpriram seu plano.
- inflação foi mantido, sempre, como prioridade de nossos governos, e assim continua.
- Os governos Lula e Dilma se propuseram a dar um caminho de desenvolvimento contínuo ao país
- uma situação inédita na história do país, de pleno emprego.
Plano de governo Dilma
Se tivessem sido fatores novos, exógenos ao sistema do atual governo, teria-se uma desculpa. Mas não, o que temos é exatamente o cumprimento dos prognósticos óbvios pintados pelas oposições, e pelos mais sensatos.
Teria a oposição feito diferente? Não sabemos. Supomos que sim. Talvez piorasse a situação, talvez melhorasse. Não há como agora afirmar isso. E não estou me referindo somente a Aécio ou Marina. Falo dos outros candidatos. Que viram e diagnosticaram os problemas, cada um a seu modo.
No campo hipotético, poderíamos também perguntar se a oposição teria feito também reformas sociais com a mesma intensidade que o PT fez. Talvez sim pois essas reformas já haviam sido iniciadas em governos anteriores.
Não sabemos como seria… Não sabemos como será. Mas sabemos que será bem difícil. Bem complicado. Enfim o PT deixará, agora, ou num futuro próximo, para o governo seguinte o que eles mesmos gostavam de chamar de “herança maldita”.
E não me refiro ao Brasil, pois ele se reerguerá mais saudável, mais limpo. Mas como um paciente que acaba de passar por uma cirurgia, estará fraco e carente de cuidados especiais. Oxalá ele caia nas mãos de quem o respeite mais.
Um comentário:
Será que o autor deste texto ainda pensa assim ?
Carlos Souza
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