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sexta-feira, 10 de junho de 2011

Busca por algo novo

Na região norte da Bavária, conversava com um pastor Luterano, pela ocasião do almoço comemorativo das bodas da confirmação de minha sogra.

Ele, um senhor que caminhava para a casa dos 70, havia feito a pregação no culto. Como cuidava de uma de minhas filhinhas, não pude ouví-lo, e assim não teve como identificar sua linha teológica. Mas bastaram 10 minutos de conversa para que a coisa ficasse esclarecida.

Ele me contou que há poucos anos seu casamento de décadas havia se desfeito.

Depois quando observava a foto de uma criança em seu chaveiro, perguntei se era um neto. Ele disse-me, então, que tinha dois filhos, e que um era homossexual, ou seja, o neto só era de se esperar por parte do outro. Essas coisas acontecem, disse ele, no início foi difícil entender e aceitar…

Então não tive mais dúvidas, se tratava obviamente de um pastor liberal – caso fosse um conservador, a mulher o teria largado mais cedo e os dois filhos teriam virado gays.

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O luteranismo é uma religião antiga que já dura mais de 5 séculos. A igreja luterana é estatal e os dízimos são descontados direto na fonte (como acontece também com os católicos).

Bem parecida com o catolicismo, a igreja luterana possui, porém, algumas diferenças vantajosas, dentre elas a possibilidade do casamento para os clérigos, assim como, a de separação (seja para clérigos ou leigos).

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Após anos e anos de guerras, mortes, rixas políticas e batalhas sangrentas os alemães chegaram a um consenso (há séculos atrás) de liberdade e paz religiosa (coisa que os Irlandeses desfrutam há apenas alguns anos); e assim o luteranismos foi se cristalizando em suas tradições.

Essa cristalização atingiu tal ponto que o grupo evangelical (composto por outras igrejas protestantes) não consideram o luterano um evangélico.

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Embora eu nunca tenha sido luterano, tem certa data que eu mesmo já não me considero mais um evangélico. E que católicos comemorem a baixa, mas não se apressem e pensem que com isso retornarei a Roma.

Não consigo compartilhar de toda generosidade de Brian McLaren. Ele traduziu perfeitamente em palavras o que sinto e creio ao explicar o que é ser “missional”; me distancio dele porém no apego ao termo evangélico.

Não possuo maiores vínculos de sangue ou seja lá o que for com a tradição evangélica. Sou simpatizante a ela, assim como sou ao catolicismo. Nada mais. Me parece que pessoas que vieram de um berço evangélico, sentem-se terrivelmente presos ao padrão.

Ainda que alguns, como Philip Yancey, ache que o nome “evangélico” foi sequestrado, e que o algo de valor que nele resta, pertença a nós (e não me peça agora, por favor, para explicar quem seja esse “nós”); sou totalmente avesso a isso.

A Aliança Evangélica Brasileira mal nasceu e já vai se posicionando no debate "anti" gay (Manifesto de afirmação da heterossexualidade). Era de se esperar outra coisa?

Quanto a mim, permaneço na busca por algo novo, um modelo com outros pressupostos. Talvez não encontre mesmo nada…

Um comentário:

  1. Apesar de comparecer com relativa frequência - relativa, não comprometida - ás reuniões da igreja evangelical onde fui criado, também a tempos já não compartilho mais da visão evangelical.
    Também estou atrás de algo novo, muito embora incerto de o encontrar...

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