Anno MMLII
O Clube da Capa Encardida, conhecido também como Movimento da Capa Envelhecida, foi um movimento originado principalmente, mas não exclusivamente, na igreja evangélica brasileira, do final do milênio passado e início do atual.
O movimento foi obtendo dinâmica especial, e descentralizada, com a interação oferecida pela então recém chegada internet e suas redes de relacionamentos, com Blogs e mini-blogs. Hoje, há mais de quinhentos anos de distância e, principalmente, devido ao seu caráter predominantemente anárquico, é difícil rastrear quais seriam os principais expoentes daquele movimento cristão brasileiro.
Uma lista fatalmente injusta e totalmente incompleta é aqui proposta: Tuco Egg, Rondinelly, Alysson Amorim, Volney Falstini, Ricardo Q. Gouvêa, Elienai Cabral Jr., Paulo Brabo, Rubinho Osório, Lou Mello, Ricardo Gondim, Nelson Costa e Roger Brand dentre tantos outros.
Servindo de orientação para uma linha de ideias relativamente novas e revolucionárias para a sua época, seus autores advogavam justamente a tese de que não havia nenhuma linha nova de ideias e que, eles mesmos, não eram orientadores de nada.
Os representantes daquela corrente de opinião insistiam em bater na tecla de que havia algo de errado com o cristianismo vivido no final do milênio passado (uma era de transição entre a modernidade e a pós-modernidade). As lógicas internas do paradigma evangelical brasileiro, da primeira década deste milênio, sopravam ventos institucionais muito rígidos, pois estavam amarradas aos ditames do sistema capitalista norte americano com seu consumismo maluco e a teologia (ideologia) que brotava deste solo competitivo, coorporativo e triunfalista.
O movimento em si não foi um movimento cismático mas de abandono. Abandono de lógicas e dogmas aprisionadores, em prol de uma liberdade mais individual (ou monástica), mas nem por isso, menos coletiva.
A teologia adotada de contornos mais literário e narrativo veio primeiramente complementando, depois embarcando e por fim suplantando a racionalidade do modernismo.
O abandono até mesmo, por muitos, da instituição “igreja” (como era então compreendida) não significou contudo o desleixo com tradições (a por G.K. Cherteston dita: voz democrática das gerações passadas), mas sim, a troca dos confortos da igreja formal e suas tradições (meramente de homens) pelo terreno não-mapeado do cristianismo secular.
O nome “Capa Encardida”, comumente interpretado de forma pejorativa e depreciativa pelos opositores do Movimento, derivou da (arte gráfica e) cor da capa dos livros de alguns dos principais de seus autores.
“Heresias novas são na verdade tradições muito antigas” - Pablo Brabo
encardido - [Part. de encardir.] - Adjetivo.
1. Que se encardiu; que adquiriu cor acinzentada ou amarelada pela velhice:
papel encardido.
2. Bras. Carregado, ameaçador:
3. Bras. Diz-se de coisa sobre a qual é difícil opinar.
Seu herege, você acha que não dei uma olhada nas suas dicas de como escrever como o Brabo antes de mandar o texto pra ele? Espero que você tenha tido a decência de não participar; afinal, seria desleal com a concorrência.
ResponderExcluirAbraço forte, meu amigo! E valeu pelos textos lá na ultimato(como você ainda consegue escrever lá?).
A propósito, bom texto pra se publicar na ultimato.
ResponderExcluirAlguém chamou de "capa envelhecida" que é bem verdadeiro, também. Particularmente, não vejo imprecisões na sua tese, mas duvido que esses caras assinem em baixo. Se eu (Luiz Henrique Mello) estivesse nessa lista, assinaria, com toda certeza.
ResponderExcluirPrimeiramente, meus protestos pela ausência do Lou, decano dos encardidos, mesmo que ainda não tenha publicado o seu ansiado livro. mas já escreveu pra caramba!
ResponderExcluirEm segundo lugar, a menção do meu nome me faz pensar na capa do meu livro: amarelado com tons leves de marrom, como algo antigo, porém, novo. Resta ver o conteúdo. Pensando no que vc escreve sobre este grupo do qual faço parte, acho que páginas em branco causariam um certo estupor e rebuliço. O nome? "A Igreja (o país, o governo) dos meus sonhos"
O Lou sempre esteve lá, claro. O Luiz é que não está!
ResponderExcluirCuidado com a inquisição! Ela sempre passa por blogs como este! Salve o bispo Lou Mello! Nosso conselheiro das cavernas! Pai dessa palhaçada toda.
ResponderExcluirAbraço aos amigos!
Bom, justamente por causa dela ( a inquisição) sigo a cartilha de nosso Abade, São Brabo. Sem falar nos agentes da ANA, tratando de acobertar tudo que vai ficando pelo nosso caminho. Fazer o que...
ResponderExcluirRoger, O lou quer mudar o nome dele para Luis.Lou, meu caro amigo, não sou especialista em markting pessoal, mas sugiro a não cometer suicídio.
ResponderExcluirOutro lula, nao!
(...)Roger, copilar essa lista foi uma excelente ideia!
Abç
Essa história do nome é exótica ou engraçada, até. Faz tempo que começou, nasci Luiz e minha avó tratou de mudar para Luizinho, devido ao meu tamanho, na época. Com o tempo, o pessoal me nominou Lú. Depois fomos aos Estados Unidos e eles trataram de me chamar Lou. Uma vez, lá na Igreja Batista do Morumbi, fiz um esquete repentino na recepção (coisa que fazia com frequência) usando como tema os brasileiros ridículos que mudam de nome nos EUA. Um dos presentes espectadores, na ocasião, era o Pr. Ari Velloso que ouviu tudo e ao invés de rir, como os demais, ficou com cara de constrangido e saiu sem dizer nada. O Alexandre Bonfim, que também não estava com cara boa, assim que o pastor saiu, virou para mim e informou: O Ari não se chama Velloso, mas Silva e mudou lá nos EUA. Mas esse negócio de ficar espalhando meu nome verdadeiro por aí é só para confundir o inimigo.
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