Nosso amigo @RubensPOsorio é um crítico do capitalismo. Assim como nós todos somos.
Em nossa crítica nos baseamos em valores cristãos. Nos ensinos de Jesus. No Reino de Deus que, pela minha fé, deve ser supra ideológico.
Quando digo que o Reino é supra ideológico penso que há uma dimensão maior, acima do direita-esquerda (modelo que a França nos legou e que a cortina de ferra consolidou).
As ideologias porém não são puras. Entre a extrema esquerda e a extrema direita existe uma gama de variedades. Por isso não podemos valorizar exageradamente o peso político da fé. A fé deve nos direcionar para que o “vosso Reino” venha até nós. Nos lábios do próprio Jesus: “Meu Reino não é deste mundo”.
No Reino de Deus sou ensinado tanto a ajuntar como a distribuir. A ser produtivo mas também generoso; e a receber com gratidão. O Reino de Deus abraça tanto o princípio da justiça como o da misericórdia. O da lei como o da graça. O da diligência e o da solidariedade. A escolha não está em ser liberal ou socialista. A escolha está em ser justo ou injusto, em promover a liberdade ou reprimi-la.
Por isso, tenho percebido, que independente da inclinação ideológica que alguém possua, sua fé vem em primeiro lugar. A idéia não é manter-se neutro. Mas manter-se autêntico e não negociar os valores inegociáveis.
O reino de Deus não se valerá da cartilha da esquerda e muito menos da de direita, na promoção da paz, da justiça e da alegria no Espírito Santo.
Dito isso voltemo-nos à Grécia.
O problema da Grécia, é que ela se encontra no centro dessa guerra ideológica. E numa guerra sofrem pessoas inocentes.
Tanto o governo grego de esquerda quanto os credores conservadores irão apontar para causas da crise econômica que estão localizadas no lado oposto. E talvez ambos estejam corretos… Nos últimos dias as análises de propostas e contrapropostas não passaram de tentativas em empurrar a responsabilidade de um acordo (ou de um não-acordo) para o campo adversário.
Como já disse anteriormente penso que a esquerda grega foi eleita com base em mentiras (como no caso do PT brasileiro). Pois não é possível se estabilizar nesse mundo de hoje sem que reformas sejam feitas. A Islândia é uma nobre exceção, que soube encurralar banqueiros. Mas ela faz parte dessas democracias do norte europeu que mal conhecem o significado da palavra corrupção.
Enfim, o meu insignificante ponto de vista é o ponto de vista do governo alemão, o da maioria da sociedade alemã, o mesmo ponto de vista das outros 18 ministros da fazenda, portanto dos outros 18 estados que fazem a parte da zona do Euro.
Com todo respeito a meu amigo Rubinho, que sempre busca o consenso, e aos outros confrades críticos do capitalismo. É muito difícil não ver a calamidade que a esquerda grega está submetendo o seu povo (em nome da democracia). Independente dos resultados do plebiscito de hoje a Grécia estará destinada a uma jornada caótica e dolorosa nos próximos anos.
Ao Brasil, resta o consolo de ver no congresso brasileiro um partido como o PSOL na oposição, e jamais no poder. Deus queira que o PT também ainda volte para o seu devido lugar…
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