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quinta-feira, 10 de setembro de 2015

A depravação total do homem europeu alemão ou grego (Parte final)

Assim que as torneiras monetárias foram novamente abertas e garantiram o fluxo financeiro normal em ambos o sentidos Grécia Europa, Europa Grécia, o continente descansou em paz. Infelizmente não.

Problema número um resolvido, problema número dois passa a ser problema número um. A crise dos refugiados que já vinha se agravando parece ter assumido proporções jamais imaginadas por essas bandas aqui.

Talvez não por coincidência que os focos se direcionam para a fronteira grega, onde, através do Mar Mediterrâneo muitos refugiados tentam alcançar a Europa.

Da Turquia para a Grécia e de lá para Alemanha, ou outro país do norte e Escandinávia, ou Inglaterra. Algum lugar ode as chances sejam melhores. O refugiado foge da guerra, da destruição, mas também da falta de perspectiva econômica. Ele precisa de acolhimento e trabalho para recomeçar a vida. E isso teria os países mais ricos. Teoricamente.

Enquanto Weber nos ensinava que na ética protestante o capitalismo deitou em berço esplêndido, o sociólogo parece também sugerir que em outras éticas religiosas o sistema poderia entrar em colapso ou não funcionar tão bem assim como ali.

Há muita coisa em jogo nessa nova crise. Mas uma questão parece persistir: o apelo humanitário. O clamor dos mais pobres. Tanto na crise grega como na dos refugiados há uma massa de marginalizados que grita por socorro.

De um lado os mais pobres e do outro os mais abastados. Tudo isso permeado pelo nosso sistema sócio econômico que chamamos de capitalismo, ou conservadorismo. E ventilado pelo contra vento do que chamamos socialismo ou esquerda.

Não é de se estranhar que o líder alemão de esquerda, ou da oposição, lembrou à chanceler Merkel, em meio a um debate no parlamento sobre a ajuda aos refugiados, que a Alemanha é o terceiro país exportador de armamentos do mundo.

Para encurtar a conversa, vamos direto ao ponto. Existe um conceito na teologia reformada, ou calvinista, chamado de depravação total do homem. Esse conceito, no fundo, não é bem diferente do conceito de pecado original ou da queda do homem no Jardim do Éden.

Ele nos ajuda a lembrar da dura realidade dos limites éticos humanos. Nos faz contemplar a verdade nua e crua de que a maldade se infiltrou em nossos corações até ao caroço. E pior, nos rouba a alucinação prazerosa de que em algum sistema social ou econômico qualquer a vida poderia ser melhor do que em qualquer um outro experimentado nesse planeta.

Resumindo se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.

Mas isso significaria que a esquerda e suas propostas de justiça social não são melhores e mais humanas que o capitalismo selvagem? Isso significaria que a liberdade e os valores reforçados pelo capitalismo não seria melhor que os controles estatais do comunismo?

Então diante de tal pessimismo não seria melhor resignar e deixar tudo a Deus dará, e vivermos sem um ideal ou ideologia?

Talvez sim… ou talvez não. A teologia apresenta também o remédio ou (paliativo) para o problema do pecado, da depravação, da queda humana.

Sem esse acerto de contas, toda tentativa para uma vida melhor se torna muito arriscada. E mesmo passando por uma revolução espiritual o ser humano ainda permanece sujeito à suas próprias limitações, inclusive éticas.

Concluindo, tanto o grego como o alemão, tanto o capitalista como o socialista, tanto um refugiado sírio, quanto um cidadão europeu, todos estamos sujeitos às mesmas mazelas éticas, à mesma corrupção que nos afasta do ideal de vida próspero, em harmonia com outro ser humano.

A chance única para reverter essa situação nos foi ensinada por Jesus. São as chamadas boas novas, pregadas e vividas por Ele. O Evangelho da Graça, do arrependimento, da Cruz de Cristo. Sem abraçar este Evangelho ser abraçado por esse Evangelho o indivíduo e as sociedades estão fadadas ao fracasso total.

Uma vez transformado pela graça redentora de Cristo, podemos ver que os vilães e vítimas são um pouco diferentes daqueles ditados pelas ideologias politicas.

Entendo assim que até mesmo as ideologias políticas podem vir a ser úteis. Mas esbarrarão sempre nesse limite. Da transformação do coração humano. E não irão além dali. E fracassam justamente ali. Seja ela qual for. E talvez, qualquer ideologia pode vir a ser bem sucedida, desde que quem a viva tenha um coração transformado por Cristo. Pois esse é o ponto de partida para um viver social em liberdade e justiça, onde o Reino dos Céus é chegado.

Um comentário:

Anônimo disse...

O que é que Boff, um ignorante até a espinha dorsal em economia, tem a ver com o Euro? E o que Weber, ossos há décadas, idem?

É essa 'esticada' de raciocínio que sufoca qualquer mortal que pensa e raciocínio. O sujeito dá uma volta a mais não poder para falar algumas bobagens sobre teologia. É incrível o ilogismo desse pessoal.

Brandão, de onde você tirou essa ideia de que "Existe um conceito na teologia reformada, ou calvinista, chamado de depravação total do homem. Esse conceito, no fundo, não é bem diferente do conceito de pecado original ou da queda do homem no Jardim do Éden."

Você é tão leviano editorialmente na informação que o seu "OU" enterra qualquer tentativa de imaginar o que é que você está a falar. De qual cartola você tirou isso? Evidente que você não é treinado em teologia.