A candidatura do Rei dos Reis não é para um governo nacional. Também não é para um reino deste mundo.
Satanás
tentou o Cristo oferecendo-lhe “todos os reinos do mundo, e a glória deles” (Mateus
4:8). Jesus recusou, ali, esta chance de uma vez por todas. O seu trono estava
e está nos céus.
Já que
entramos neste contexto, vale a pena lembrar que é o Diabo quem oferece algo em
troca de adoração e submissão. Deus é e está infinitamente e diametralmente oposto
a essa prática ou proposta: “Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares” (Mateus
4:9). Em Cristo, Deus já nos deu TUDO, sem antes mesmo que o conhecêssemos ou muito
menos o adorássemos. Nossa adoração é uma atitude de gratidão diante de Sua
graça.
Então por
que e para que Jesus é candidato? Ele já não reina? E por que eterno?!
Toda
autoridade Lhe foi dada, nos céus e na terra. Jesus reina e sempre reinará.
Neste sentido obviamente Ele não se candidata a nada e nem nunca se candidatou.
Jesus é Deus Filho. Soberano, todo poderoso. Domínio e poder estão em suas
mãos. Jesus não foi e nem é eleito pelo voto popular. Não é a maioria que diz
se Ele reina ou reinará ou não. Assim, em sentido estrito e amplo nem todo
poder emana do povo, mas somente de Deus. Ele é a fonte de todo poder.
Como
entramos por essa seara, vale também a pena lembrar que o poder em si é e deve
ser algo bom, pois vem de Deus. O poder não é algo mau, em si. Tudo que Deus
criou é bom. O poder em si não corrompe. O que corrompe é o pecado, os maus
pensamentos, a cobiça, “o que sai da boca, isso é o que contamina o homem” (Mateus
15:11). Nesta categoria de poder poderíamos incluir o dinheiro (riquezas), o
saber e a força física. Nada disso é ruim. A não ser que sejam pervertidos.
Neste mundo
há muita perversão. Perversão sexual, moral, e também do poder. Encontramos
também, não tão frequentemente, o poder sobrenatural. O qual quando exercido
sob a graça de Deus é bom. Todavia até esse pode ser pervertido em sua natureza
e fins.
É justamente
nesse interim que Jesus aparece como candidato. É o famoso, “eis que estou a
porta e bato”. Jesus está batendo à porta de igrejas, como fez em Laodiceia,
querendo entrar. Ele se apresenta educadamente como uma opção – a única, é
verdade – mas Ele não arrobará, nem muito menos a abrirá por fora. Ele se
candidata, Ele espera, Ele dá um impulso, faz um sinal e espera a reação do lado
de dentro. Um voto de confiança. A fé.
Se em
comunidades cristãs, as quais (nominalmente) já lhe pertencem, Ele não força a
barra, o mesmo princípio acontece com indivíduos que já são seus discípulos: “Quereis
vós também retirar-vos?” (João 6:67) A porta está destrancada por dentro. Somos
todos livres. Jesus não prende ninguém, contra sua vontade. Por quê? Às vezes
gostaríamos que Ele atropelasse nossa vontade e fizesse tudo por nós e nos
eximisse de todo peso de nossas responsabilidades. Ele pensa, Ele faz as
escolhas, Ele sente, Ele age... E de certa forma é precisamente esta sua
proposta! Ele se candidata para viver Sua vida em nós. Para ser o nosso DEUS.
Assim, Ele
se candidata educadamente, já tendo sido eleito eternamente. É um período de
tempo em que vamos sendo discipulados e aprendemos cada vez mais a confiar e
depender somente dele de Seu Espírito. E nesse processo, não somos jogados para
escanteio, pelo contrário, somos resgatados para o jogo, somos salvos e vamos
sendo salvos, n’Ele.
Então a
expressão “candidatura” de Jesus não sendo algo explicitamente bíblico, nos
ajuda, todavia, a enxergarmos o fato de que cada um de nós, uma hora, terá que
tomar posição frente a Sua oferta irresistível. E não raramente pessoas
resistem ou tomam posição contrária a essa oferta, e por isso permanecem sob
juízo. Em outras palavras eles oferecem o seu voto ao candidato da oposição, ao
inimigo, ao Diabo.
Se
entendemos o sentido do termo candidato, que possui algo de “cândido” em suas
maneiras, podemos melhor compreender o porquê do adjetivo “eterno”.
Primeiramente,
não é a candidatura que é eterna, mas o candidato. Um dia o período da campanha
chegará ao fim. Teremos que fazer um xis na cédula, apertar o botão da urna.
Nosso voto será computado. Esse dia é geralmente hoje. Hoje escolhemos se temos
Jesus como nosso Senhor, ou se nos rebelamos contra Ele. Se o temos por digno
de confiança ou por um charlatão. Essa nunca é uma escolha que pode ser deixada
para amanhã. Deixar para amanhã é votar no inimigo.
Feita a
escolha, desfrutamos da eternidade de Jesus. E recebemos a salvação de nossas
almas – que é eterna. Então percebemos que a campanha ainda está em curso... e
de certa forma, num eufemismo, é uma campanha, que eu diria ironicamente,
eterna. Ela não terminará, enquanto estivermos nesse mundo e é por um tempo
determinado, é verdade. Mas como o próprio Cristo certa feita disse: até
quando...
Salmistas
clamaram, profetas clamaram, até quando oh Senhor!?
... um
pouquinho de tempo! (Não uma eternidade) E o que há de vir virá, e não tardará.
Mas o justo viverá pela fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele
(Hebreus 10:37,38).
Não depositemos
nossos votos em reinos deste mundo, em candidatos terrenos e passageiros.
Fiquemos do lado vencedor. Busquemos as coisas de cima. “A nossa cidade (pátria)
está nos céus” (Filipenses 3:20).
Estou assim
pregando contra a política terrena? Não! Amo política... Votemos em quem
quisermos, em quem nossa consciência direcionar. Mas quanta energia gasto em
promover meu político de estimação e quanta gasto em promover o Reino dos céus?
Em pregar o Evangelho? Quanta esperança deposito na paz interior oferecida por
Jesus, ou naquela exterior oferecida por um governo secular? Onde está a linha
divisória? Até onde flertamos com a mentira, com a distorção de fatos, com
prioridades que não são necessariamente aquelas postas por Jesus e pelas
sagradas escrituras?
Não
percamos o foco! Não percamos nosso tempo! Os problemas nacionais (e até mesmo
globais) não deverão sobrepor as soluções eternas propostas pelo candidato
eterno: Jesus de Nazaré, o Cristo, o Messias, o Filho de DEUS. Amém.
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