Barnabé é uma figura quase que mitológica. Sem dúvida um herói.
Seu nome irá aparecer uma dezena de vezes no relato de Lucas e em todo novo testamento, suplantando, assim, o rastro de outros apóstolos, como Simão, o zelote, Tomé ou mesmo Mateus, dos quais não mais tivemos notícias.
Barnabé é o ícone dos Comunistas do primeiro século. No apelido dado pelos apóstolos ao levita de Chipre podemos perceber a assinatura do protagonista - Ele, o Espírito Santo Consolador, está agindo através daquele homem.
O despojar de José, ou Barnabé, mostra sua graça.
Contra tudo que poderíamos imaginar de uma política “não-institucional”, do primeiro século, o nosso herói deposita seu dinheiro aos pés dos apóstolos (um degrau hierárquico acima – ou abaixo, conforme a perspectiva).
Verdade é que seria menos burocrático, ele mesmo gerenciar sua filantropia. Mas de alguma forma incompreensível ele aceita a instituição apostólica e deixa a pequena fortuna ali.
Ao contrário do que poderíamos esperar de uma política “pró-instituição” o pecúlio não seria aplicado na construção de um templo, ou sinagoga. Ele também não é usado para o sustento de um clero, ou uma empreitada missionária. Sua finalidade entretanto foi, conforme o relato, ser distribuído para suprir a necessidade de cada um.
É importante notar que a grana daquele encorajador não foi destinada a comprar peixes para serem oferecidos a carentes, também não foi para “mestres”, ou para um programa que ensinaria alguém a “a pescar”, nem muito menos para ensinar a vender o peixe. A grana foi distribuída em espécie e pronto.
O mito de Barnabé encontra ecos ao longo de toda história da igreja, como por exemplo em São Francisco e na ordem Franciscana.
O exemplo dele é um testemunho cravado nas páginas de Atos, que muitas vezes depõe contra nós cristãos individualmente, ou contra a própria igreja. São heróis assim que podem mostrar à sociedade (especialmente à nossa tão consumista sociedade do século XXI) o sentido de seguir a Cristo.
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