Olha aquele sol, seu brilho, sua força, seu calor. Ele se vai, mas não sem se despedir.
Veja a chuva. Sinta o frescor do seu cheiro. Às vezes violenta ela nos trás pavor.
São os animais, as abelhas nas flores, o gado nos pastos, o gato no chão da cozinha. Eles nos rodeiam, nos vigiam.
A natureza está prenha do sobrenatural.
Lá, bem no ventre da vida, a metafísica gera seus filhos, suas metáforas.
O sol abraça o corpo do poeta.
A chuva convida o boêmio para mais uma rodada de bebida.
O gato retira a ternura da criança que com ele brinca.
A mesma menina que saboreia o mel foge da abelha.
Ela estende seus bracinhos para os céus e entende o paraíso. Ela mesmo que num piscar de olhos vira uma linda moça.
Ela, que pintava os lábios com o branco do leite, agora amamenta sua própria cria.
Contempla e se despede do sol. Respira destemida a tempestade.
Acaricia o gato.
Abraça sua criança.
E guarda todas essas coisas em seu coração.
3 comentários:
Que lindo.
idem comentário anterior!
Obrigada Roger! Tão lindo que me fez chorar!
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