Foi o laço do sapato. O abotoar da camisa. O olhar curioso. Dia após dia. Verão e invernos que se revezam.
Foi o sol morno da manhã e uma música no rádio. O apito da panela de pressão. A toalha na mesa. Os talheres ao lado dos pratos.
Foi uma cesta de frutas: bananas, laranjas, um mamão. Frutas que vieram do quintal, que vieram do sítio.
Foi um sorriso. Um beijo. Uma xícara de café com leite. Um pedaço de queijo frescal.
Foi a cama bem feita. A cabeça no travesseiro. Uma oração.
Uma oração de gratidão. Pela vida, pelas coisas, pelos entes queridos. Pela saúde, pelo trabalho, pelo conforto da fé.
Uma oração de súplica. Pela vida, pelas coisas, pelos entes queridos. Pela saúde, pelo trabalho, pelo conforto da fé.
Foi uma oração de confissão. Pela falta de fé. Pelo flerte com o pecado. Pelo descaso com o sagrado.
O sono que desceu como cura abraçou e envolveu a noite. Trouxe em suas mãos uma resposta divina.
Foi o sentido da cruz. O laço do sangue. O selo da paz.
Na voz, nas palavras, no sussurro. O que se sentiu não se pode expressar. Foi guardado e selado. Até que uma mão amiga, carente e solícita rompeu o lacre.
O verdadeiro tesouro sempre esteve ali. Bem ao alcance de todos e de qualquer um.
Foi um presente, foi uma graça, foi uma dádiva de amor.
Um comentário:
Que beleza. Que presente. Que graça. Que dádiva. Valeu. ;)
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