Escorpiões na rua de seu edifício

Virus é um bicho invisível. Um país é algo complexo. Vamos trocar para escorpiões e um edifício. Talvez isso te ajudará a entender com mais clareza o que está acontecendo.

Houve uma infestação de escorpiões no bairro. A secretaria de saúde pública alertou para o perigo. Só que o síndico de seu prédio disse que não era escorpião, que eram só baratas. E que homens machos como ele pisavam em baratas.

Só que começaram aparecer abulâncias na rua levando os vizinhos picados para os hospitais. Muitos deles morreram. O síndico do prédio então disse que passando pinga na ferida não tinha problema. Outros síndicos de outros prédios tomaram medidas mais radicais, evacuaram o edifício e detetizaram. Tudo custou muito dinheiro e amolação para os moradores, mas nesse prédios não morreu quase ninguém.

O síndico de seu prédio descartou essas medidas. A secretaria de segurança disse que quem decidiria eram os próprios moradores. O síndico chamou uma reunião e brigou com todo mundo e todo mundo brigou com ele. Ele negou mais uma vez que eram escorpiões, dessa vez disse que eram aranhas e reforçou que era só passar pinga na ferida. E desdenhou das mortes dos vizinhos. Disse que isso acontece... Alguns moradores desocuparam seus apartamentos e detetizaram. Mas os escorpiões voltaram por que nem todos do prédio queriam tomas essa medida. Os escorpiões continuaram se espalhando. O número de mortes só foi subindo no prédio.

Algumas pessoas de fato foram picadas e passaram pinga na ferida e foram hospitalizadas e sobreviveram. Isso aconteceu com o próprio síndico. Então ninguém quis mesmo evacuar aquele edifício.

Enquanto isso toda rua lutava contra a praga dos escorpiões. Constatou-se que nos prédios onde os síndicos seguiram as medidas da secretaria de saúde o surto foi controlado e pouquíssimos morreram. Já em outros que negaram ser escorpiões e acreditaram na pinga muita gente morreu.

E continuam morrendo. No seu prédio já passaram de 100.000.

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A união dos dois, um país e um virus, numa pandemia dá um nó na cabeça de muita gente. Já outros não conseguem nem capitar a complexidade e apelam para toda explicação simplista, as chamadas teorias da conspiração. Por exemplo jogam a culpa na China, na indústira farmacêutica ou Bill Gates. Assim, conseguem uma respota simples para algo tão complexo. Eles não vêem que também haveria interesses contrários bem poderosos, como por exemplo, o de outras indútrias ou nações que jamais se sujeitariam a uma farça imposta por seja lá quem fosse.