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segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Graça cristã versus propaganda política

Assistimos pelo mundo a fora a luta de duas forças polarizantes radicais. Uma direita nacionalista de um lado e uma esquerda progressista do outro. No Brasil não é diferente. Há elementos a serem condenados pelo cristão em ambos os polos, mas também há outros a serem abraçados. Por exemplo de um lado deseja-se maior justiça social, distribuição de renda e mais atenção às minorias oprimidas; por outro deseja-se mais atenção aos valores sagrados da família e das liberdades individuais. Por um lado, confunde-se aquilo que é decente e moral relacionado à sexualidade, ou ao uso de entorpecentes, e por outro a xenofobia e outras fobias parecem aflorar de forma desavergonhada. Para ficarmos só em poucos exemplos.

A propaganda política de ambas as correntes tende, por natureza, a exagerar na dose. Ao por a tônica nos pontos que se quer chamar a atenção e desconsiderar outros pode se criar uma bola de neve ou uma avalanche de falsas informações. E é isso que acontece... Sabemos que esse Tsunami já está em curso no mundo, e tem sua origem no pai da mentira, Satanás. A questão é como contrapor essa onda? Seria tentando abafar o barulho d’Ele fazendo mais barulho do lado oposto? 

Poderíamos dizer, como C. S. Lewis, que ficar usando o nome de Deus na política é ir contra o terceiro mandamento.

Sem dúvida alguma, a política é uma das ferramentas de resgate e transformação social à disposição do crente. Devemos, sim, nos valer dela, todavia, com o mesmo cuidado que um cirurgião manuseia um bisturi, um piloto maneja os instrumentos de um jato e, por que não dizer, um cozinheiro regula o calor do forno ou a dosagem de sal em sua receita culinária.

Todos queremos mudanças. Um Brasil, um mundo melhor. Parece que essa também é a vontade de Deus, pois Ele deu o seu único Filho, para que todo aquele que n’Ele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna. Os samaritanos em Sicar reconheceram em Jesus o salvador do mundo.

Deus amou o mundo (o Brasil) de tal maneira que Ele optou por mostrar graça. Graça que lhe custou tudo. Uma dor que não podemos de fato calcular, nem pelo lado humano, muito menos pelo lado divino. Fico a pensar se não somos para Deus um “Hobby muito caro”. Mas é bem mais do que isso. Ele resolveu fazer desse “Hobby” um investimento sério. Nós somos, em verdade, a família de Deus!

Deus não somente amou o mundo, salvou o mundo, mas também venceu o mundo.

O mundo, e o Brasil também, que queremos ver salvos é um lugar inóspito para os santos. Por isso mesmo precisa de salvação. Mas também precisa ser vencido, caso contrário – se sairmos por ele derrotados – não temos como auxiliar nada nem ninguém.

E essa é a vitória que vence o mundo. Não nosso discurso, não nosso ativismo. Mas nossa fé. A fé, que de uma vez por todas foi dada aos santos. Pois ela, e não uma bandeira ou credo político é o nosso ponto de confluência. É ela que nos faz enxergar com clareza aonde estamos e para onde queremos e devemos ir. E acima de tudo na companhia de quem.

Jesus não se deu ao trabalho de responder à pergunta sobre a fonte de sua autoridade. Ele agiu com autoridade que lhe era conferida. Mostrando graça e verdade. Ao nos passar o bastão nessa nobre tarefa de propagar as Boas Novas, do perdão dos pecados, Deus lança mão de determinados meios, dos quais a unidade da igreja, além de imprescindível, é o mais estratégico.

Permaneçamos em unidade e não deixemos que a propaganda política cause separação no corpo de Cristo. “Que também eles sejam um em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste”.

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