Ser sal da terra não significa somente dar gosto e sabor à vida nesse planeta. É papel óbvio da igreja cristã traduzir para a sociedade coisas essenciais da vida, como verdade, como justiça, misericórdia, esperança, fé e amor. Tudo isso torna o cotidiano suportável e até mesmo saboroso. Pois assim é vivido para glória de Deus e como tal gera alegria, gozo e contentamento.
Contudo ser sal significa também conservar. Então uma das tarefas da igreja está em manter valores, costumes e tradições que são atemporais. O processo de putrefação na cultura de uma comunidade se inicia quando os bons valores, os bons costumes e as boas tradições começam a se deteriorar. Nessa hora não adianta queixar-se do governo, dos políticos, dos artistas ou do main stream. A responsabilidade está em nossas mãos. Se perdermos nosso sabor seremos pisados pelos homens.
Enxergando por esse prisma o cristão é obviamente um conservador.
Mas o viver nem sempre é tão simples assim... ele é multifacetado e um pouquinho mais complexo. Por isso Jesus Cristo afirma que também somos a luz do mundo.
Nesse aspecto o cristão é um progressista. Por quê? Porque assim como a luz penetra na escuridão e dissipa um estado retrógrado de coisas e aponta para um avanço; assim também é papel óbvio da igreja romper com padrões ultrapassados de injustiça, opressão e trevas deste mundo; e promover o progresso rumo à justiça, à libertação e ao bem-estar social. E acima de tudo ao encontro com Deus.
Nossa responsabilidade aqui é de resplandecermos e não ocultar nosso brilho, que evidentemente tem sua origem no próprio Cristo e em seu Evangelho.
Eventualmente surgirão nesse jogo tensões sérias sobre o que se deve conservar e o que deve ser posto de lado; o que deve ser construído é oque precisa ser desconstruído.
Mas será nessa dinâmica que o Reino de Deus irá se expandindo sobre a terra, não apesar das tensões, mas por causa delas.
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