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quarta-feira, 3 de março de 2010

A Belo Horizonte

tndscf30511jl[1] Não é erro de conjugação nominal, falo da cidade.

Não é a maior, nem a mais famosa e muito menos a mais maravilhosa. Em contrapartida não é a mais miserável, nem a mais violenta, nem a mais corrupta. É somente uma bela cidade, com certa fama, jeito de grande, miséria própria, violência, corrupção e um belo horizonte, cuja beleza, aos poucos, é escavada, fundida e exportada (não olhe por trás da serra do curral).

Me lembro, como se fosse ontem, o dia em que um grupo de adolescentes resolveu desrespeitar as leis do Parque e escalar um daqueles picos… "Puta que pariu", que vista fantástica! Sei que os Alpes oferecem cartões postais e paisagens bucólicas deslumbrantes, mas contemplar Belo Horizonte, com seu emaranhado urbano à luz e calor de um clima tropical é um espetáculo sem igual.

Sinto falta dela, como se sente a falta de um amigo íntimo.

Pelas manhãs de outono me acolhia com seu clima ameno de céu azul, me animando para a labuta diária. Não raras vezes, aproveitava aquele frescor caminhávamos juntos na Avenida José Cândido da Silveira, e ali me deslumbrava abobado com suas mais variadas faces.

O jeito mineiro de levar a vida a um ritmo não tão agitado como o do paulista e não tão inerte como o do baiano é cativante. Um café na Praça Sete, um pão de queijo na cantina da PUC, uma comida a quilo na Savassi. O trabalho é constante seja o burocrático no escritório, o didático nas escolas, o assistencial ou o batente nas fábricas e oficinas da periferia.

Com uma breve caminhada saía da Sagrada Família e ia para Floresta, atravessava o viaduto Santa Tereza e imaginava Fernando Sabino com seus amigos escalando seus arcos pela noite adentro.

À noite ela sempre forçava-me como um amigo fiel e insistente para um bate papo regado com uma boa loirinha e porções de tira-gosto. Ali ela abria seu coração e deixava sair as emoções, na maioria da vezes extrovertida e alegre, às vezes séria e profunda. Em seus templos sempre lotados Deus resvalava seu dedo em mãos ingênuas, humildes.

Belo Horizonte é uma cidade com religiosidade e secularidade conservadora, moderada, bem mineira.

Não diferente de outras cidades brasileiras é uma cidade repleta de crianças, de adolescentes, como diria Milton Nascimento, uma cidade com coração de estudante:

Alegria e muito sonho
Espalhados no caminho
Verdes, planta e sentimento

Sei que quando nos revermos nós dois iremos chorar.

5 comentários:

Anônimo disse...

Amei!
Beijos, Denise

Anônimo disse...

Amei!
Beijos, Denise

Lou H. Mello disse...

E o que você faz tão longe dela, uai?

Hubner Braz disse...

Gostei do seu Blog, parabens!!!

Professor Augusto disse...

Roger, está tão bobita está crônica que vou transcreve la na íntegra na primeira página do meu sie. Posso?