Posso afirmar que creio num Deus todo-poderoso, somente se tenho a certeza de que se trata de um poder que não ameaça a minha liberdade.
Em outros termos (e aqui peso as palavras, pois se trata do essencial de minha fé), se eu não acreditasse que Deus só é poderoso para amar e ir até o cúmulo do amor, até a morte (morrer pelos que se ama) e o perdão (perdoar os que nos matam), se eu não acreditasse que o poder de Deus é um Sobrepoder cuja natureza é renunciar por amor à utilização dos meios do poder para manipular as criaturas, eu imediatamente aceitaria que os homens descessem a encosta do sonho niilista e teria o cuidado de não acusar meus contemporâneos que se deixam fascinar por esse sonho.
Tudo muda, porém, se a onipotência de Deus é a onipotência de amor. Entre onipotência e amor todo-poderoso, há uma grande diferença; há, literalmente, um abismo. O cristão não diz acreditar que Deus é todo-poderoso, diz acreditar em um Deus Pai todo-poderoso.
Joy of faith, joy of life, François Varillon
Um comentário:
Vc vê a importância das palavras: "Deus todo-poderoso" e "Deus Pai todo-poderoso" tem realmente um abismo entre elas. Um abismo do tamanho do amor...
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