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sexta-feira, 27 de março de 2015

Da existência de Deus e tudo que não sei sobre Ele

Não sabemos dos aspectos físicos de Deus, então resta-nos intuir que a física não o comportaria. Ele não poderia ocupar lugar nem no tempo nem no espaço. Não podemos imaginar uma substância ou energia da qual Deus fosse feito. Deus não poderia ter sido feito. Ele é quem fez tudo.

Não sabemos como Deus se interage com essa dimensão criada. A não ser que Ele as criou. No início Ele cria as dimensões espaciais, os céus e a terra. A metafísica e a física. Criou tudo do nada. Pela força de sua palavra.

A trindade é um mistério insolúvel. Como três pessoas poderiam ser apenas uma? Um paradoxo para nossas mentes. Não é possível sabermos onde uma dessas divinas pessoas começa e onde outra termina. Como uma se diferiria da outra. Contudo teimamos em chamá-lo Pai, Filho e Espírito Santo e apontar seus atributos.

Não entendemos nem sabemos dos sentimentos dessa Pessoa. Sua ira, ciúme, alegria, tristeza, empatia, abnegação e etc. Sentimentos humanos não se encaixam num ser divino. Mas sabemos que Ele os possui.

Não sabemos como Deus pode nos libertar e ao mesmo tempo manter-nos sob seu santo domínio. Séculos e mais séculos de esforço teológico jamais seriam suficientes para conjugar o arbítrio humano e determinação divina.

Não sabemos como Deus se relaciona com o mal. Não sabemos como Ele, sendo infinitamente bom, poderia coexistir com qualquer expressão maligna no mesmo universo.

Sabemos pouco sobre Deus.

Mas podemos crer muito: coisas corretas e coisas incorretas. Provavelmente a maioria das coisas que cremos sobre Deus sejam mesmo incorretas e certamente imprecisas.

Cremos que Ele existe. Mas não sabemos como.

Cremos que Ele é poderoso. Mas não podemos explicar seu poder frente as desgraças que avassalam o mundo.

Cremos que Ele é bondoso. Mas não entendemos que bondade seja essa que permite todo tipo e mal.

Cremos que Ele é justo. Mas não entendemos porque existe tanta injustiça.

Injustiça tipo aquela que um jovem nazareno foi vítima no início da era cristã. Jesus sofreu a maldade dos homens, embora tenha sido a bondade em pessoa. Mostrou-se impotente frente as forças dominantes de sua sociedade e faleceu torturado numa cruz de madeira.

A história nos diz que o Pai o ressuscitou. E o glorificou. Trazendo novamente ordem ao nosso mundo. Uma nova e definitiva ordem. A do Reino dos Céus.

Em Jesus somos levados a crer que Deus é feito de carne e osso. Somos levados a crer que Ele existe no tempo e no espaço. Que Ele habita o universo físico.

A crença é a cama sobre a qual o saber se deita.

Quando o Pai gera um Filho humano divino somos convidados a crer para também começarmos a entender e a saber.

Somos chamados a também nos tornarmos filhos.

E como filho, e somente assim, é que se pode experimentar o verdadeiro amor divino o amor paterno de Deus. O amor que Ele tem por Jesus que Ele tem por nós. E aprendemos que Deus é amor.

É nessa hora que a crença começa a se tornar saber. Pois ela sai do plano abstrato e impessoal e se torna viver, relacional.

“Pois eu sei em quem tenho crido…” São Paulo

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