Quando um crime acontece, a voz de nossas consciências clama por justiça.
Nossa sociedade vai aos poucos perdendo todo senso absoluto de juízo. Os alicerces que sustentam a fé de que um dia Ele “há de vir para julgar os vivos e os mortos”, estão sendo negligenciados, esquecidos, desprezados.
São Paulo, apóstolo, escreveu aos cristãos em Corinto, “por acaso vocês não sabem que nós julgaremos até mesmo os anjos?”
A fome e sede de justiça não há de ser confundida com a sede pela vingança. Esta pertence somente a Deus, e aquelas àqueles que serão saciados.
Então para que se preocupar com os culpados?
De certa forma e de forma geral todos somos culpados. Todos, sem exceção! Não precisamos ir longe para acharmos o culpado. Basta olhar no espelho. Reconhecendo-me culpado, não clamo por condenação, mas sim por absolvição. Afinal de contas, tive minhas razões, meus motivos. Não tive escolha… fiz o que qualquer um em meu lugar também faria… (Será?)
Só houve um homem cem por cento inocente na face desse planeta. E Ele a humanidade condenou. Pena de morte. “Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo [e] o castigo que nos traz a paz estava sobre ele”. Jesus se ofereceu como sacrifício expiatório para que TODO aquele que nele crê, não pereça (eternamente), mas tenha vida eterna. A graça de Jesus nos exime da pergunta por culpados. Ele trás o perdão, a misericórdia de um Deus que é amor. E quer salvar qualquer ser humano. Ele nos perdoou, “por que não sabem o que faz…”
Será que não sabemos mesmo o que fazemos? Será que ninguém sabe o que faz?
Quem são os culpados, ou melhor, quem são os responsáveis por tais calamidades?
Instrumentalizar a vida ou a morte de alguém para disso tirar proveito político, ideológico ou próprio não é o caminho da justiça, nem o da verdade, nem o da paz. É desonestidade, pilantragem partidária.
O momento é sério, solene demais, para permitir tais abusos.
Abusos, até quando?
Abuso da força, de autoridade, da sexualidade, da palavra, do saber, das riquezas, do poder…
Como reverter esse quadro? Na verdade só há um caminho, o da conversão, o do chamado ao arrependimento, o do grito profético. Que invariavelmente é o clamor solitário de uma voz, no solo árido de um deserto. Uma voz que corre o risco de ser calada… decaptada.
Mas então e os culpados? Talvez se arrependam… talvez acharão lugar de arrependimento. Mas e se não? Se não, um dia estarão diante do Justo Juiz (como cada um de nós).
Mas a busca pelos culpados não pode ser uma desculpa para minha inatividade, não pode ser uma distração que me desvie dos meus próprios afazeres. A justiça dos homens está aí, imperfeita, mas é a que temos agora. Ela também carrega uma boa carga de responsabilidade. Que a justiça faça seu papel. Que os governantes governem. Eles também terão um dia que prestar contas.
Então devemos ficar de braços cruzados e não fazer nada? De forma alguma! Pelo contrário, ainda há muito para ser feito.
Ser feito. Por que não começarmos a fazer algo. O bem, por exemplo.
Quando algo sai errado, e pessoas inocentes são vitimadas, nosso senso de justiça esbraveja, “Queremos os culpados!”
“Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado". Tiago 4:17
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