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sexta-feira, 22 de maio de 2009

A Bacana

a Bacana

…a porta se escancarou e diante
dele apareceu uma negra enorme e sorridente. (…) Com uma velocidade
surpreendente para o seu tamanho, a mulher atravessou a distância entre os dois e o engolfou nos braços, levantando-o do chão e girando-o como se ele fosse uma criança pequena. (…) De repente foi dominado pelo perfume que exalava da mulher, e isso o sacudiu. Era o cheiro de flores, com sugestões de gardênia e jasmim, inconfundivelmente o perfume de sua mãe que ele mantivera guardado em um vidro na latinha. O cheiro que jorrava e a lembrança que vinha junto o fizeram cambalear. Podia sentir o calor das lágrimas em seus olhos, como se estivessem batendo à porta de seu coração. A mulher percebeu.”
– William P. Young em A Cabana.

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“Na América Latina, o continente onde o pai veio de longe e ao nos estuprar nos concebeu bastardos, vivemos no vazio da imagem masculina do amor. O pai se foi, e dói em nossa alma órfã. Resgatar a imagem do pai é tarefa de nossos homens de verdade; recriar uma figura masculina não baseada nos modelos culturais corruptos que vemos todos os dias em nossos lares, mas na imagem do Deus Pai.
No entanto, o Deus-Mãe sempre vai nos ser importante. Vamos precisar dele para entender com o coração o amor transcendente. Sem a Mãe, nosso Deus não é completo, não é vivo. A misericórdia, a ternura, o carinho sempre nos chegarão do Deus-Mãe, que não saiu um dia com outra mulher, que não foi comprar cigarros para nunca mais voltar, que não foi preso, que não bebeu o seu salário em vez de nos comprar comida, que não bateu em nossa mãe e em nós no desvario do álcool.” – por Bráulia Ribeiro em Deus -- Pai ou Mãe? na Revista Ultimato 318.

3 comentários:

Lou H. Mello disse...

A igreja católica conhece bem esse detalhe há anos, tanto é que providencia para cada povo latino a versão feminina de Deus. Aqui é nossa Senhora Aparecida, em Portugal é nossa Senhora de Fátima, acolá da Querupita, de Guadalupe e assim por diante. Claro, um trauma desses é horripilante e há mulheres heroínas aos milhares no papel de mãe. Mas Deus é Deus, assexuado, pai e mãe inigualável.

ROGÉRIO B. FERREIRA disse...

Ainda nos faltam matriarcas evangélicas.

O Tempo Passa disse...

Acostumei-me com a figura "paterna" de Deus... creio que ver esse mesmo Deus com Mãe também, e igualmente, pode ser enriquecedor!!!