Tem poucas coisas na vida capazes de melhor nos derrubar ou nos colocar pra cima do que as lembranças do tempo de infância. Ontem, ao ver minha filhinha correndo atrás de uma bolinha na grama e feliz a chutá-la, ou me lembrando do episódio narrado por Egg e seus filhos no “fundão”, ficou-me a forte impressão de que a felicidade se esconde em outro lugar de nosso subconsciente.
Na verdade esse pensamento só me veio agora como pretexto para contar-lhes um outro causo. A luz que irradia daqueles pequeninos nesses high lights da vida clareiam em nossas almas outros “meninos, ou moleques” que costumam nos dar a mão quando as bruxas aparecem.
Então lá estava ele, como todos outros da rua, a olhar a goiabeira que crescia no barranco da casa de esquina. Só de me lembrar chega à boca o gosto azedo da goiaba pequenininha e da casca verde escura com um miolo branco e levemente rosado e duro. Até aquele dia não existia para ele goiaba madura na face da terra.
Abacate, sim. Estes vinham com fartura do quintal do vizinho. Banana era do quintal lá de casa mesmo. Mas obviamente era a fruta mais sem graça. Embora devorássemos todas in natura e processada como picolé. Outras frutas como pitanga e carambola surgiriam só mais tarde num quintal do interior. Ali em BH as opções eram mais limitadas.
Mas as goiabas... não dava para esperar madurar. Sorte o moleque tinha se conseguisse pegar uma de uns 4 cm de diâmetro. Já era lucro.
É claro que o dono da casa da esquina, um desses caminhoneiros com o braço da grossura de uma perna, proibia a rapina. O que tornava aquelas frutinhas sem graça uma delícia.
Certo dia porém, lá estava ele, o menino, com sua perna cheia de pereba, seu short meio rasgado, sua blusa encardida a olhar pelo muro a “paradeza” da rua. Sem pretensão nenhuma, avistou do outro lado, lá no barranco algo meio amarelado na goiabeira. Será? Não! Seus vários aninhos de experiência só podiam provar o contrário, daquela goiabeira não vem fruto maduro.
Por via das dúvidas desceu correndo a rampa abriu o portão da garagem e subiu desesperado o barranco se agarrando em quase tudo que via e podia com o coração a palpitar de medo. Talvez chegue o caminhoneiro mal, ou as crianças maiores (diga-se de passagem, que eram bem piores). Mas zapt! Lá estava ele com aquela goiaba madurinha, gigante e docinha nas mãos.
Pronto: de forma bruta foram escritas em minha alma verdades teológicas irremediavelmente inapagáveis, dentre elas a da eleição, da fé e da graça.
Um comentário:
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