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sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Governantes incorrigíveis: a igreja no G20

Com o fenômeno da globalização ficou comum ouvir e falar na base de Gs: G7, G8, G8 + 4 e etc. Para vencer a crise financeira reúne-se o G20.

Agora então pensemos e analisemos a situação religiosa do mundo se esse fosse resumido somente aos 20 países mais significantes.

Pensemos na “insignificante” população de não cristãos que representa 73% do total, algo em torno de 3 bilhões de almas. Para crenças mais radicais são almas a caminho do inferno: seriam pessoas que Deus, impiedosamente (ou com muito lamentar, não importa) descartaria como refugo no fogo eterno para serem “deletadas” eternamente do Hard Disco do computador celeste.

Obviamente que nem tudo estaria resolvido com os 27% restante de cristãos. Para alguns mais radicais dentre os radicais, só se salvariam os evangelicais, os quais representam mais ou menos 10% ou 360 milhões de pessoas. Destes a maioria vive nos Estados Unidos da América e formam lá uma maioria da população: 53% dos americanos ainda são evangelicais. Nem somando China, Brasil e Índia com respectivamente 75, 25 e 20 milhões de evangelicais chegaríamos aos 158 milhões de americanos batistas, presbiterianos, metodistas e tantas outras denominações que se espalham por aquela nação. Além do mais, naquelas nações eles são minorias. Somente na África do Sul os evangelicais constituem também uma maioria.

Curiosamente, dos países do G20, somente Estados Unidos e Inglaterra apresentam maioria protestante e são de certa forma os dois impérios que vieram dominando o mundo ao longo dos últimos séculos.

Já as maiores rendas per capta são de longe apresentas por Suíça e Alemanha de maioria católica e Japão de maioria budista. As menores rendas per capta por outro lado estão por conta de China, Índia e Indonésia com maioria de “sem religião”, hinduístas e islâmicos.

E daí? Você pergunta – Qual minha conclusão disso tudo?

Simples, nós cristãos somos sal e luz, não para transformar a massa em mais sal e mais luz. Nós somos reino e sacerdócio, não para transformar os povos em mais reis e sacerdotes. Não é essa nossa vocação.

Estamos aqui para salgar, para trazer luz, para nos misturar com outros temperos e massas, para conservar o que há de valor, para iluminar o que é belo e para interceder pelos que precisam de um sacerdote e governar sobre os que precisam de um reino de amor, justiça e alegria no espírito, lembrando-nos sempre que nesse Reino, o maior incorrigivelmente sempre servirá o menor.

Um comentário:

Paulo Silvano disse...

Caro Roger,
Legal esse seu blog. Estarei entre os seus "seguidores".
A sua percepçaõ que "nós cristãos somos sal e luz, não para transformar a massa em mais sal e mais luz" evidencia a necessidade de melhor entender a velha máxima paulina, que tanto relutamos em abraçar: “Ponde tudo à prova; retende o que é bom”.

Um abraço
Paulo Silvano