Páginas

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

O Deus do tempo e do vento

IS856-042[1] Este texto deveria ser mágico, como mágico deve ser todo texto. Esse, hoje, em especial, pois tem a pretensão de ser uma mensagem reflexão de virada de década.

Quando mexemos com as palavras, sejam elas faladas ou escritas, somos mordidos pelo veneno da vaidade. A vida e a morte, a letra e o espírito como arma de fogo em nossas mãos fazem-nos pensar que somos mais do que pó. Quanta vaidade já não vi, li e escrevi… especialmente em Blogs.

Queria a magia da criança que acabei de colocar no berço, que me olhava penetrantemente nos olhos numa pureza desconcertante. Ria de, Deus sabe lá o que, em seu sono. Como que para mostrar minha ridícula pequenez balbuciava direto para mim uma mensagem a qual não poderia jamais decifrar, mas de sentido tão claro e óbvio, comunicando-me imensa paz, amor profundo e vida abundante, e isso sem sequer articular um vocábulo.

Queria a magia de seu choro que clama alto e justamente por consolo e liberdade. E isso em uma linguagem claríssima sem articular sequer um vocábulo.

Talvez em 2010 eu escreva menos… blogue menos…

Na década passada rompi de forma subversiva com duas fronteiras que me cegavam os horizontes: a da formalidade eclesiástico institucional e a da Bíblia como regra de vida. Cansei das palavras vazias e sem sentido…

Assim, como um navegador em mares desconhecidos me vi sem mapa e longe de outros bons companheiros de viagem. O tempo e o vento derradeiros amigos começam a conspirar contra a pouca esperança restante. Só me restaram a inconsistência e o medo que aflora do nevoeiro de alto mar. Por isso anseio desesperadamente por novas fronteiras! Um lugar onde possa lançar novamente a âncora, novas terras para caminhar seguro sem o sacolejar das ondas.

Preciso redesenhar novos mapas e me render a novas formas de vida comunitária. Esse é meu anseio para 2010 e a próxima década que se inaugura.

Que o Deus do tempo e do vento, conhecedor parcial do meu futuro, coplanejador de nossas vidas, o libertador de nossa vontade, me dê (e a todos amigos da blogesfera) ainda mais sabedoria e graça no uso da pena nessa nova jornada mágica da vida.

2 comentários:

O Tempo Passa disse...

Que este ano seja 10!!!
Lembra "caminhante, que não há caminho, se faz caminho ao caminhar"...

Anônimo disse...

Rogério, com este lindo texto vc virou magicamene a década conforme desejava. Lindo no conteúdo e na forma. Repleto de ternura de um pai amoroso que contempla sua filhinha no berço e manifesta a Deus, ainda que sem palavras, o seu profundo sentimento de fé. São frases, pesamentos e sentimentos que vão durar para sempre. Parabéns!