(In)felizmente os evangélicos não são politicamente sábios.
A política é boa. União é bom. Unidade é fundamental. Mas existe uma maneira menos burocrática e mais eficaz de se fazer isso tudo.
Minha humilde opinião é que o que no Brasil convencionou-se chamar evangélico é um grupo tão heterogênico e contraditório que tornou-se impossível uni-los em torno de uma representatividade ou proposta coletiva. Ainda que se concentre essa ação política somente a um grupo específico.
A melhor e mais exata definição do que seja um evangélico no Brasil é: um cristão não católico.
Existe porém grupos que se sentem mais evangélicos do que outros. E existem grupos sinceros nesse sentimento.
Existem porém cristãos, que não são católicos, e que levam o evangelho de forma mais séria e sóbria, e se diferem assim de uma massa que tem brincado com a coisa. Falo obviamente de seriedade ética, ou mais ainda, seriedade espiritual.
Será que esses cristãos querem ainda ser identificados como evangélicos? Se sim, pode ter certeza, que estarão sempre em crise de identidade, desunidos e desarticulados.
Existiria um outro rótulo? Como obtê-lo?
Deveriam tais cristãos então procurar entender o que eles são, e o que eles não são? Essa é a pergunta. Quais elementos que os une? Sei lá... visão integral, socialismo, política, intelectualidade, classe média e coisas do gênero. Assim eles veriam que é essa parcela que eles representam, ou melhor dizendo, nessa parcela estão inseridos.
Não adiantaria mais somente adicionar um outro adjetivo: liberal, fundamentalista, progressista ou qualquer outra coisa como um nome de denominação.
Na medida que estiverem mais juntos e tendo consciência desta nova identidade, o rótulo surgiria automaticamente. Mas que eles não se iludam, terão fatalmente que romper com o rótulo evangélico.
3 comentários:
O cristianismo não católico chegou ao Brasil desprovido dos pressupostos da reforma, primeiro porque os holandeses eram mercenários e não pastores/missionários e os norte americanos que vieram para cá eram os descontentes com os mesmos pressupostos. Então surgiu essa religião cristã evangélica sem papa e sem papa está até hoje. Mas anda louquinha para constituir um. Depois virá a venda das indulgências, etc... No fim, talvez surja algum Lutero da Silva, um Calvino dos Santos para escrever umas teses, ou algo assim. Basta ser paciente.
A questão talvez seja não mais ser identificado por um nome, mas por atitudes que reflitam a luz de Cristo mais que a nossa ou seja, como disse um conhecido do Homi-Deus:
"É preciso que eu diminua para que Ele cresça."
Parece que é para aí que o vento está soprando...
Na antiga ABU e depois na ACM eu pude sentir um pouco do que seria a "união na diversidade"; unidos por pouco e básico, diversos no muito e secundário. Foi legal. Mas não funciona com igrejas denominacionais, como pretendem alguns hj.
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