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quarta-feira, 14 de abril de 2010

A pergunta é: Quem? (Uma leitura de Atos)

1780647[1] A suma das coisas que venho tentando dizer é que não importa o objeto (o que), não importa o objetivo (para que), nem importa as causas (por que) nem o modo (como). Nem tão pouco o quando ou quanto são tão importantes assim. O que realmente importa, a única "coisa" de valor é o quem: o sujeito.

Todo livro de Atos foi escrito para uma pessoa: Teófilo. Esse cara pode ser você ou eu. Para quem o livro foi escrito? Para uma pessoa, não para um grupo, não para uma igreja. O livro de Atos pertence a você. Ele é seu.

Quem é Teófilo?

O seu nome indica - isso não é nenhum segredo – um amigo, um amante de Deus. Segundo o evangelho do mesmo autor Teófilo é excelentíssimo, uma pessoa acima da média. Teófilo já conhecia o evangelho, ele foi instruído na palavra (provavelmente) pelas testemunhas oculares de Jesus, não diretamente por Ele; e tornou-se seu discípulo.

Nesse ponto nos assemelharemos e nos diferenciaremos de Teófilo: como ele, recebemos o evangelho de segunda mão; diferentemente dele, os que nos instruíram não foram testemunhas oculares, mas eles mesmo receberam de segunda (ou enésima) mão.

Teófilo busca certezas, que o Evangelho de Lucas (e Atos) tentará suprir, oferecendo-lhe um relato escrito e ordenado.

Leremos Atos com os olhos de Teófilo, os olhos da dúvida e não da certeza, apesar de toda bagagem que tanto ele como nós já recebemos nas questões da fé.

E a dúvida que paira no ar é: Quem?

(Continua...)

3 comentários:

Anônimo disse...

Consigo ler os dois "Lucas-Atos" como um trabalho jurídico preparado para a defesa de Paulo, preso em Roma.

Veja que todo o livro visa mostrar que Paulo não podia ter sido preso por uma contravenção religiosa já que, espelhando a atuação de Pedro, ele não transgrediu a religião dos judeus.

Compare as duas atuações: os atos de Pedro se repetem com mínimas diferenças nos de Paulo; as autoridades judaicas são culpadas, mas as autoridades romanas: centuriões e reis são convertidos, quase persuadidos, etc.

Não seria Teófilo algum tipo de advogado? Seria essa a explicação para o fim abrupto de Atos? Paulo teria sido executado antes que a peça jurídica tenha chegado às suas mãos?

Roberto

ROGÉRIO B. FERREIRA disse...

Caro Roberto,

achei sua hipótese por demais fantasiosa e ,como toda fantasia, extremamente válida.

Saudações,

Roger

O Tempo Passa disse...

Legal ler esta postagem lembrando do texto do Brabo sobre o mesmo livro!