A suma das coisas que venho tentando dizer é que não importa o objeto (o que), não importa o objetivo (para que), nem importa as causas (por que) nem o modo (como). Nem tão pouco o quando ou quanto são tão importantes assim. O que realmente importa, a única "coisa" de valor é o quem: o sujeito.
Todo livro de Atos foi escrito para uma pessoa: Teófilo. Esse cara pode ser você ou eu. Para quem o livro foi escrito? Para uma pessoa, não para um grupo, não para uma igreja. O livro de Atos pertence a você. Ele é seu.
Quem é Teófilo?
O seu nome indica - isso não é nenhum segredo – um amigo, um amante de Deus. Segundo o evangelho do mesmo autor Teófilo é excelentíssimo, uma pessoa acima da média. Teófilo já conhecia o evangelho, ele foi instruído na palavra (provavelmente) pelas testemunhas oculares de Jesus, não diretamente por Ele; e tornou-se seu discípulo.
Nesse ponto nos assemelharemos e nos diferenciaremos de Teófilo: como ele, recebemos o evangelho de segunda mão; diferentemente dele, os que nos instruíram não foram testemunhas oculares, mas eles mesmo receberam de segunda (ou enésima) mão.
Teófilo busca certezas, que o Evangelho de Lucas (e Atos) tentará suprir, oferecendo-lhe um relato escrito e ordenado.
Leremos Atos com os olhos de Teófilo, os olhos da dúvida e não da certeza, apesar de toda bagagem que tanto ele como nós já recebemos nas questões da fé.
E a dúvida que paira no ar é: Quem?
3 comentários:
Consigo ler os dois "Lucas-Atos" como um trabalho jurídico preparado para a defesa de Paulo, preso em Roma.
Veja que todo o livro visa mostrar que Paulo não podia ter sido preso por uma contravenção religiosa já que, espelhando a atuação de Pedro, ele não transgrediu a religião dos judeus.
Compare as duas atuações: os atos de Pedro se repetem com mínimas diferenças nos de Paulo; as autoridades judaicas são culpadas, mas as autoridades romanas: centuriões e reis são convertidos, quase persuadidos, etc.
Não seria Teófilo algum tipo de advogado? Seria essa a explicação para o fim abrupto de Atos? Paulo teria sido executado antes que a peça jurídica tenha chegado às suas mãos?
Roberto
Caro Roberto,
achei sua hipótese por demais fantasiosa e ,como toda fantasia, extremamente válida.
Saudações,
Roger
Legal ler esta postagem lembrando do texto do Brabo sobre o mesmo livro!
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