As paredes brancas, o lençol, as lágrimas, a dor aguda, Danilo olhou bem ao redor, tudo estava muito claro. Sentiu a mão de seu filho a lhe apertar, ou talvez, de sua filha… não estava bem certo, a claridade lhe ofuscava. As palavras não lhe saiam mais dos lábios. Escutava vozes, gemidos, choros. Tentou levantar, virar, mas o corpo não lhe obedecia. Sentiu uma cabeça sobre seu peito, de quem seria? Novamente uma dor aguda.
Tinha que ainda arrumar alguns papéis, havia várias coisas inacabadas. O fim não poderia ser agora! Mas afinal, quem foi que disse que antes do fim era preciso deixar tudo em ordem?
Como seria do outro lado? Passaria por um túnel? Encontraria com Aquele que verdadeiramente o amava? Reencontraria aqueles que verdadeiramente amara? Seria mesmo agora a sua hora?
Mais uma fincada, desta vez mais profunda e insuportável lhe roubando o fôlego completamente. Tentou tossir e inspirar mas os pulmões negavam-lhe resposta.
Aos poucos foi perdendo a consciência de si mesmo, a claridade foi cedendo lugar à escuridão. Não sabia se a mão que lhe apertava era a de um dos seus ou a sua própria. O que era uma mão? O que era um filho? Quem era ele? Sentiu-se diminuindo, viu-se apagando.
Num instante, tudo se descoloriu. Nada sobrou. Sobrou, só… o nada.
3 comentários:
Eis então, o confronto final do pensamento, da fé e da razão.
Abraços, roger.
ô lôco sô!!! A última frase foi "dark"!!! E totalmente inventada. Até o parágrafo anterior, havia como corroborar com experiências de pessoas que chegaram a quase morrer e voltaram.
A última frase não tem nada além da imaginação. No caso, imaginação niilista e desesperançada. E triste, sim. Porque não há maior tristeza do que a falta de esperança.
Ainda bem que a temos, mesmo frágil, débil, sofrida, sobrevive. E nos mantém vivos!
De qualquer forma, welcome back! Como foi o passeio?
Vc pode gostar também desse pequeno video:
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Abs!!!
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