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terça-feira, 29 de junho de 2010

Conheceria Deus o futuro? (20)

A Sereia

Ao sair na Av. do Estado em direção à Av. Central, Joaquim começou a sentir o cheiro salgado do mar. Não demorou muito para achar um lugar para estacionar o carro na Av. Atlântica. Apesar do cansaço e da fome, ele decidira não comer nada, fazer uma espécie de jejum – se pela igreja ou por algum conhecido lhe chegara o valor daquela disciplina, não sabia ao certo, mas de alguma forma sentia-se impelido a jejuar – afinal sua cabeça estava um turbilhão.

A viagem até ali não havia sido longa, mas intensa. Olhou no relógio e viu que essa hora a mulher não estava em casa. Aproveitou então para ligar e deixar um breve recado na secretária, assegurando que estava bem, e viajara com um amigo para uma entrevista de emprego e só voltaria amanhã (mentiu), que ela não se preocupasse.

O mar estava sereno. A tarde ensolarada mas não muito quente. As pessoas passeavam descontraídas na orla marítima. A brisa lhe sussurrava vida.

Seus sentidos recusavam ainda a aceitar aquela situação toda: O que ele afinal de contas estava fazendo ali? Será que encontraria alguém, uma espécie de anjo com uma mensagem celestial? Que coincidência teria sido aquela de uma voz interior lhe guiar até aquele carro com uma chave na porta? E aqueles corpos na estrada, será que também essa seria sua última jornada rumo à descoberta do céu ou inferno? E a blitz? Por que será que o guarda não lhe pedira carteira de motorista ou os documentos do carro?

Para todas as perguntas, Joaquim, não conseguia achar uma só resposta lógica.

Foi quando ele avistou no mar uma linda sereia. No início pensou ser só uma mulher a nadar. Mas não havia mais ninguém na água só ela, e deu um salto deixando aparecer sua calda com escamas. Pensou ser uma brincadeira, uma promoção e aproximou fixando os olhos na mulher que ria para ele.

Quando fugiu de uma onda que quase lhe molhou o tênis, desconcentrou-se e a sereia mergulhando sumiu no verde azul do mar.

(Continua)

Leia mais em A Saga de Joaquim - ou conheceria Deus o Futuro?

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