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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Príncipes, rosas e a arte do reencontro...

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Ao ler a bela história de Exupery, uma coisa fica em aberto ao final da história. O que aconteceu com a Rosa? E como terá sido o reencontro entre pequeno príncipe e sua tão amada flor?

Uma coisa não se pode negar, para quem pensa que o livro se trata do pequeno que não esquecia nenhuma pergunta está redondamente enganado. Pois ela é centrada no piloto que havia perdido a sensibilidade de ser criança, ou melhor, de ser poeta. Ele reencontra o caminho da poesia através de uma rosa de cabelos dourados que conheceu uma raposa que também lhe havia ensinado os segredos do amor. Que amor sem saudade não tem como ser belo e por não ser belo, não há como ter reencontro.

Esta é uma história de poetas que perderam a capacidade de se sensibilizar com cobras abertas e fechadas que comem elefantes, com a vaidade das rosas, com a simplicidade de ver o mundo e se deslumbrar com ele, com o perigo dos baobás, da beleza de ver um bode viver eternamente em uma caixa de papel e de revolver os vulcões extintos em nossas vidas, até porque nunca se sabe...

Se fosse escrever a continuação deste livro, teria como título, “O pequeno príncipe e sua rosa”. Pois a primeira história oculta a solidão da rosa e como esta teve que aprender a amar o seu príncipe na ausência. Ela teve que compreender o que significava amar, no sentido amplo da coisa, como um estado de doação também, como ela mesma disse, que antes fora uma tola e que nesta ausência, que segundo Drummond não significa falta, mas é um estar em si, se remoldar, ou numa palavra que pensei agora, “repetelar” e se preparar para a possibilidade do reencontro.

Ah! Que reencontro, quando pequeno príncipe, que aprendeu que para haver poesia, precisava entender o sentido da sua rosa na vida, lhe vê nas lágrimas, de ambos, num amor dedicado não pelo simples cuidado, entretanto, pelo cultivo de um amor que surgiu do coração, vê nela a sua paixão, sua vida.

Do mesmo modo a rosa, que antes, arrogante por suas manias tolas, lhe dedica um amor tão singelo que faz suas pétalas mais belas e mais coradas, e neste “repetelar” se mostra amorosa e apaixonada num sentimento sem medida e ambos passam a viver em repleto amor que só a poesia pode descrever.

Se pudesse prever o futuro, vejo que o pequeno príncipe não é mais tão pequeno, cresceu com o passar do tempo, na mesma proporção que cresceu o amor dele para com sua rosa. Vive o belo conto de fadas, onde num beijo de amor, esta rosa deixa a condição de flor e se torna como Eva surgida do barro, para amar seu Adão. Não há mais espinhos para afastar, mas os braços para abraçar e um corpo incendiado de amor para amar e ambos viveram felizes nesta imensa infinitude que é o espaço e a vida...

Moral da história:

“Se não houver uma rosa para se amar, não há como criar poesias e não há como se tornar poeta”

Paz e bem por Thiago Azevedo

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