Lá estava um marido, uma mulher e uma criança.
Animais, pastores, gente simples.
Uma viagem a ser feita.
Um rei irado.
Um cheiro desagradável, que não sabia-se se vinha do gado ou do bebê.
Um criança, que não ria, que chorava, que mamava, que dormia.
Sangue, estrelas, noite, anjos.
A falta de uma cama, de um teto, de um bercinho.
Um marido que casara com uma mulher grávida. Um filho que não era seu… Uma mulher que casara para não ser mãe solteira.
As dores do parto que haviam há pouco cessado iriam se prolongar humanidade a dentro pelos próximos trinta e poucos anos e gerar um Monstro de estatura qual a humanidade jamais conhecera, e jamais esqueceria: o Messias judeu, o Cristo.
O peso das preocupações e tristeza daquele estábulo iriam pelos próximos dois mil anos não somente alimentar o apetite desenfreado de consumo do mundo, como também os sonhos românticos de humildade do imaginário coletivo ocidental.
No momento, porém, nada de especial, nem o marido, nem a mulher, mas só mais uma criança, um anjinho, um Deus, que nem dormia em paz, mas chorava alto e incessantemente grudado nos seios e lábios de uma mãe virgem e sob o olhar assombrado de um carpinteiro.
3 comentários:
Roger, gosto muito da forma como tu pares teus rebentos literários. Por isso te (per)sigo no twitter e neste blogg. Mas não te esqueças de aperfeiçoar-te. A ansiedade talvez seja a primeira a eliminar.
Mas mesmo sem uma estética arrebatadora, faz-se possível enxergar a alma cristalina dos seus textos.
Grande abraço.
VIVA REALIDADE!
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