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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Como falar de teologia (ou: Falar de si mesmo)

Teologia é uma palavra muito suspeita. Seu significado mais razo seria o estudo, ou a lógica, de Deus. E aí reside o problema: desde quando Deus é um objeto de estudo dos humanos?

Aliás essa pretenção, de se chegar a um conhecimento pleno de qualquer objeto que seja, é um perigo que assombra qualquer campo de conhecimento humano. Os cientístas, os doutores, os mestres não são os donos do conhecimento e nem muito menos do objeto que dispuseram a examinar.

Foi Cristo mesmo quem jogou na cara daqueles sábios de sua época, "vocês examinam as escrituras, mas não querem me conhecer".

Conhecer a Cristo, que é uma e a mesma coisa, que conhecer a Deus, envolve muito mais que nossa congnição. Mais do que isso, a própria teologia e os muitos séculos do cristianismo, nos convencerão que conhecer a Deus envolve em negar ou ir contra, muitas vezes, nossa própria cognição.

Por isso a narrativa, que não passa de uma leitura indireta dos fatos, foi a maneira escolhida por Jesus para ensinar as coisas dele e de seu reinado. À parte do ensino, Jesus falou menos e se relacionou mais. Curto e grosso: Jesus pregou menos e viveu mais. Tagarelou pouco e fez muito.

Eis o desafio, para que um teólogo (ou um crente qualquer) não caia nessa armadilha (da soberba do conhecimento): deixar que Deus permaneça como sujeito ativo da história, um companheiro da aventura da vida, um paráclito. [Talvez os catecismos tenham sido todos um grande erro...]

Assim, é melhor falarmos sobre (e expormos) nós mesmos, com todas nossas contradições, dúvidas e incongruêcias, em nossa própria experiência de vida; do que tentarmos explicarmos Deus em nossas vidas como um fator fixo. Por que ficarmos teorizando conceitos mil, nos quais Ele nunca se permitirá limitar?

Um comentário:

calite disse...

PERFEITO.