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quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Mãe sobrenatureza

Olha aquele sol, seu brilho, sua força, seu calor. Ele se vai, mas não sem se despedir.

Veja a chuva. Sinta o frescor do seu cheiro. Às vezes violenta ela nos trás pavor.

São os animais, as abelhas nas flores, o gado nos pastos, o gato no chão da cozinha. Eles nos rodeiam, nos vigiam.

A natureza está prenha do sobrenatural.

Lá, bem no ventre da vida, a metafísica gera seus filhos, suas metáforas.

O sol abraça o corpo do poeta.

A chuva convida o boêmio para mais uma rodada de bebida.

O gato retira a ternura da criança que com ele brinca.

A mesma menina que saboreia o mel foge da abelha.

Ela estende seus bracinhos para os céus e entende o paraíso. Ela mesmo que num piscar de olhos vira uma linda moça.

Ela, que pintava os lábios com o branco do leite, agora amamenta sua própria cria.

Contempla e se despede do sol. Respira destemida a tempestade.

Acaricia o gato.

Abraça sua criança.

E guarda todas essas coisas em seu coração.

3 comentários:

Regina Bilu Figueiredo disse...

Que lindo.

O Tempo Passa disse...

idem comentário anterior!

Unknown disse...

Obrigada Roger! Tão lindo que me fez chorar!