É muito difícil você falar de religião ou espiritualidade e não entrar no campo político.
Foi assim com Jesus.
O tema preferido do Rabi possuía sempre a palavra “Reino” no título.
As autoridades romanas o condenaram, por ser um Rei. O pano de fundo legal para a crucificação era “Se soltas este, não és amigo de César; qualquer que se faz rei é contra César.” E pegaram Jesus...
Jesus porém, soberano, “meu Reino não é desse mundo”.
Estamos falando aqui de duas esferas, dois universos. Algum e outros teólogos já destrincharam essa teologia, Lutero certamente, santo Agostinho provavelmente. O poder secular e sua interação com o poder celestial.
Alguns fazem uma abordagem bélica-espiritual. E um reino é invasor e o outro o legítimo defensor de seu território. E a guerra está declarada!
Mas como traduzir toda essas análises e teorias para nosso cotidiano? Para a prática de hoje? Como se posicionar frente a uma governante Dilma? A um governo PT?
Tomemos Jesus novamente como ponto de partida. Ele esteve todo o tempo submisso às autoridades “invasoras” romanas. Até mesmo às judaicas. Apesar de toda a hipocrisia e corrupção delas. Jesus em sua missão não estava ali para se rebelar ou reivindicar legitimamente, segundo sua linhagem nobre, como descendente de Davi, o trono de Israel.
Jesus e posteriormente Gandhi (que aprendeu com ele) preferiu demonstrar a falência do sistema vigente através da não violência. Não podemos esquecer que isso era parte integral de sua missão redentora e sacrificial.
O primeiro ponto a ser herdado é porém esse: abrir mão da violência para atingir um objetivo mais nobre. Funciona – ainda que a longo prazo.
Jesus não se calou frente às mazelas do sistema e de forma alguma compactou com elas.
Isso nos mostra que é o cristão também está autorizado a ir para as ruas e gritar. Seja contra ou a favor de um ou de outro sistema. Desde que de forma pacífica.
Na verdade não penso que tudo se resolve de forma pacífica. Ou melhor dizendo, não creio que de forma pacífica se resolva tudo. Uma condução coercitiva vez por outra faz-se necessária. O uso da força deve ser feito com muita cautela e sabedoria, e somente como um dos últimos recursos.
Dois pontos precisam ser então esclarecidos: a opção pelos pobres e o poder das urnas.
A teologia da libertação que agora se alinha com o governo PT diz acertadamente que no projeto do Reino de Deus, há uma opção pelos pobres. Mas devemos reconhecer que o PT não é igual à teologia da libertação.
Embora tenha beneficiado em sua política de redistribuição de renda as camadas mais necessitadas da população, no passado, ele foi se transformando – como não era de se esperar o contrário – num partido como qualquer outro que se vê contaminado pelo poder, corrupto e injusto. Em seu projeto de poder foi atropelando um por um aos seus ideias e ideologias.
Então a luta agora não é a dos ricos, ou da classe média contra as populações marginalizadas. Não! Há um clamor por um governo autêntico e transparente. Se o Brasil é capaz de produzir algo assim é outra conversa. Mas o que está aí não interessa mais, pois não é uma alternativa para o que já cansamos de ver. O PT não é mais um partido progressista. O governo nunca foi, e se um dia por acaso foi, há muito, deixou de ser.
E as urnas? As urnas é a vontade popular num dado momento específico. Pode ser mudado a toda hora? Pode. A Constituição oferece instrumentos para isso. Mas por razões lógicas não deveríamos ficar mudando a toda hora de governantes. (Um Regime parlamentarista ofereceria uma saída mais rápida e flexível).
É porém um argumento pobre apelar para as urnas como se fosse a âncora última que legitimas essa palhaçada que assistimos a meses sem fim chamada de aliança PT/PMDB no governo federal.
As urnas possuem seu valor e a vontade popular é também soberana: “o governo do povo, para o povo e pelo povo”. É a ideia democrática.
Mas o que se assiste e vem se arrastando a meses é justamente o contrário. A vontade popular se distanciando aos montes desse governo que está por aí. Que sequestrou “a voz do povo” e se acha representante dela.
É imperativo que as urnas sejam novamente consultadas!
De não menos importância cabe ao cristão orar pelo Brasil e seus governantes. Talvez Dilma mesmo encontre para essa situação uma saída - literalmente.
Foi assim com Jesus.
O tema preferido do Rabi possuía sempre a palavra “Reino” no título.
As autoridades romanas o condenaram, por ser um Rei. O pano de fundo legal para a crucificação era “Se soltas este, não és amigo de César; qualquer que se faz rei é contra César.” E pegaram Jesus...
Jesus porém, soberano, “meu Reino não é desse mundo”.
Estamos falando aqui de duas esferas, dois universos. Algum e outros teólogos já destrincharam essa teologia, Lutero certamente, santo Agostinho provavelmente. O poder secular e sua interação com o poder celestial.
Alguns fazem uma abordagem bélica-espiritual. E um reino é invasor e o outro o legítimo defensor de seu território. E a guerra está declarada!
Mas como traduzir toda essas análises e teorias para nosso cotidiano? Para a prática de hoje? Como se posicionar frente a uma governante Dilma? A um governo PT?
Tomemos Jesus novamente como ponto de partida. Ele esteve todo o tempo submisso às autoridades “invasoras” romanas. Até mesmo às judaicas. Apesar de toda a hipocrisia e corrupção delas. Jesus em sua missão não estava ali para se rebelar ou reivindicar legitimamente, segundo sua linhagem nobre, como descendente de Davi, o trono de Israel.
Jesus e posteriormente Gandhi (que aprendeu com ele) preferiu demonstrar a falência do sistema vigente através da não violência. Não podemos esquecer que isso era parte integral de sua missão redentora e sacrificial.
O primeiro ponto a ser herdado é porém esse: abrir mão da violência para atingir um objetivo mais nobre. Funciona – ainda que a longo prazo.
Jesus não se calou frente às mazelas do sistema e de forma alguma compactou com elas.
Isso nos mostra que é o cristão também está autorizado a ir para as ruas e gritar. Seja contra ou a favor de um ou de outro sistema. Desde que de forma pacífica.
Na verdade não penso que tudo se resolve de forma pacífica. Ou melhor dizendo, não creio que de forma pacífica se resolva tudo. Uma condução coercitiva vez por outra faz-se necessária. O uso da força deve ser feito com muita cautela e sabedoria, e somente como um dos últimos recursos.
Dois pontos precisam ser então esclarecidos: a opção pelos pobres e o poder das urnas.
A teologia da libertação que agora se alinha com o governo PT diz acertadamente que no projeto do Reino de Deus, há uma opção pelos pobres. Mas devemos reconhecer que o PT não é igual à teologia da libertação.
Embora tenha beneficiado em sua política de redistribuição de renda as camadas mais necessitadas da população, no passado, ele foi se transformando – como não era de se esperar o contrário – num partido como qualquer outro que se vê contaminado pelo poder, corrupto e injusto. Em seu projeto de poder foi atropelando um por um aos seus ideias e ideologias.
Então a luta agora não é a dos ricos, ou da classe média contra as populações marginalizadas. Não! Há um clamor por um governo autêntico e transparente. Se o Brasil é capaz de produzir algo assim é outra conversa. Mas o que está aí não interessa mais, pois não é uma alternativa para o que já cansamos de ver. O PT não é mais um partido progressista. O governo nunca foi, e se um dia por acaso foi, há muito, deixou de ser.
E as urnas? As urnas é a vontade popular num dado momento específico. Pode ser mudado a toda hora? Pode. A Constituição oferece instrumentos para isso. Mas por razões lógicas não deveríamos ficar mudando a toda hora de governantes. (Um Regime parlamentarista ofereceria uma saída mais rápida e flexível).
É porém um argumento pobre apelar para as urnas como se fosse a âncora última que legitimas essa palhaçada que assistimos a meses sem fim chamada de aliança PT/PMDB no governo federal.
As urnas possuem seu valor e a vontade popular é também soberana: “o governo do povo, para o povo e pelo povo”. É a ideia democrática.
Mas o que se assiste e vem se arrastando a meses é justamente o contrário. A vontade popular se distanciando aos montes desse governo que está por aí. Que sequestrou “a voz do povo” e se acha representante dela.
É imperativo que as urnas sejam novamente consultadas!
De não menos importância cabe ao cristão orar pelo Brasil e seus governantes. Talvez Dilma mesmo encontre para essa situação uma saída - literalmente.
Um comentário:
@RubensPOsorio "Algum problema me impediu de comentar lá. Faço-o aqui: meus familiares contam que sou descendente de Caramuru. Talvez. Vou usar meu ancestral para ilustrar meu pensamento. Temo - ah, é mais que temor, é assombrosa certeza - que o que vai acontecer é o mesmo que aconteceu a Caramuru: atirou no gavião e acertou o urubu. Isto é, o tiro vai sair pela culatra, o remendo será pior que o soneto. Ou como dizem os jovens, vai dar merda".
Rubens Pires Osorio
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