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sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Jesus veio também para destruir

Desconstrução, narrativa, empoderamento, são palavras recorrentes hoje em dia. Elas são empregadas dentro do contexto de minorias lutando contra uma maioria opressora.

Uma criancinha chega para ver um jogo de futebol na TV. Um dos times é mais forte, domina a partida. Por não ter um time favorito, automaticamente ela é lavada a torcer pelo mais fraco. Todo mundo já passou por essa situação e conhece esse sentimento.

Na vida real nem sempre é tão claro qual é o time opressor. Contra quem estamos lutando?

Uma derrota na vida custa o emprego. Uma derrota nos estudos, atrasa a carreira. Uma derrota na vida amorosa custa a estabilidade emocional. Batalhas são travadas dentro da arena da sociedade, e nos esforçamos para vencê-las. Mas e se de repente, na ânsia de ganhar, você não se tornou parte daquele time mais forte, contra o qual por um simples senso de justiça, uma criancinha torceria contra?

Às vezes parece que há um sistema todo conspirando contra a pessoa. Talvez pelo fato de ela ter uma cor de pele diferente, por ter um sotaque diferente, por ter uma outra religião, vir de um outro contexto social ou simplesmente por pertencer a uma minoria?

Uma vez minha filhinha perguntou se o Diabo tinha filhos? Alguém se apressou a responder que não. Dando a entender que o diabo não se procriava. Eu fiz uma ressalva, alegando que o Diabo, sim, também tinha filhos.

Existe um claro confronto entre os filhos do Diabo e os filhos de Deus.

“Irmãos, não se admirem se o mundo odeia vocês”. Nossa expectativa é, erroneamente, que como cristãos nos tornaremos automaticamente em pessoas amáveis na sociedade. Sim, somos amáveis, mas não para este mundo. Para o mundo, cristãos verdadeiros são seres odiáveis.

Com certeza sabemos que os que são do Maligno, como Caim, odeiam com ódio mortal aqueles cujas obras são justas. “O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir.” Vivemos sob fogo cruzado. Não raramente a munição usada pelo Inimigo de nossas almas são mentiras. Narrativas que vem sendo construídas ao longo de décadas, séculos, milênios... Pessoas usam essas narrativas para sua própria vantagem e exercem um poder maligno contra tudo e todos que as contradizem com a verdade. Assim elas roubam bens materiais e imateriais. Elas assassinam fisicamente e moralmente. Elas destroem estruturas físicas, psicológicas e sociais. O ladrão continua roubando, matando e destruindo e fazendo assim suas vítimas.

A batalha, todavia, não é contra as pessoas. Uma luta pessoal seria extremamente contra produtiva. Portanto, devemos nos valer das armas que nos são disponíveis, a saber: a Salvação, a fé, a justiça, a verdade, a Palavra de Deus e o Evangelho - e lutarmos bravamente no campo onde já somos mais que vencedores, ou seja, no espiritual. Na verdade, essa é uma batalha que pertence exclusivamente ao Senhor. Na cruz Jesus já triunfou!

Ali assistimos o time mais fraco vencer de virada. Ali assistimos o poder do pecado sendo quebrado, removido, destruído. Ali aprendemos a verdadeira narrativa que exalta a Deus e traz conforto e salvação para nossas almas. Na cruz, na ressurreição e na ascensão de Cristo somos emponderados para vivermos nesse mundo com bom ânimo, apesar das aflições. Não se deixem enganar! Fazemos parte do time vencedor, que vence por meio da justiça e não por meio da trapaça, ou abuso de poder e força física. Existe um Trapaceiro. E Jesus destrói as obras dele. Pois “para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo” (1 João 3:8). Jesus também veio para destruir. E destrói.

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