Não sei exatamente quando isso teve início, mas de lá pra cá comecei a desfrutar da companhia de certos finados. Alguns deles riem para mim, outros nem sequer me encaram, mas eu os contemplo, e só o vislumbrar de suas silhuetas me alegra.
A maioria deles, se não todos, tem um incrível ar de triunfo e é uma verdadeira honra tê-los bem perto.
Meus avós maternos são sem dúvida os mais presentes. Sempre elegantes, serenos e soberanos chegam rejuvenescidos, normalmente para me apoiar em algum momento mais delicado da vida.
Outros bons camaradas que foram ceifados tenramente pela loucura de nossos transportes, vez por outra, aparecem simplesmente para lembrarem-me que a vida pode ter seu ponto final no seu auge ou num momento de maior explendor.
Com mamãe passo bons momentos. Ela não mudou nada após a morte, exceto um detalhe: fazia questão de não se tornar uma pessoa metida, mas agora ela está impossível! Ri como nunca, com um ar vitorioso e também sereno de superioridade. Não de orgulho, mas com aquela satisfação e realização que jamais teremos aqui nesse lado do além.
Outros ilustres defuntos que nem conheci em vida, dentre eles minha vovó paterna, fazem suas visitas noturnas geralmente derramam um pouco de sua vasta sabedoria, me acompanham por alguns dias, depois se vão. Para onde eu não sei. Mas a impressão que deixam, esses astuciosos defuntos, é que estão bem mais vivos do que pensamos.
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