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terça-feira, 22 de junho de 2010

TU és (Petrus) a segunda pessoa singular

“Jesus disse isso para indicar o tipo de morte com a qual Pedro iria glorificar a Deus.” Jo 21:19

Fanatismo e coragem tão comum a fundamentalistas islâmicos enchiam o coração daquele pescador.

Jesus é Jesus. Um mito, uma lenda viva, incomparável, inatingível. Por mais que a religião cristã e suas mais variadas vertentes me tentem convencer de que seja possível seguí-lo; sou forçado, devido à minha evidente vagabundagem a desistir. Até mesmo os textos sagrados e paulinos, tentarão nos dobrar, por meio de um fabuloso malabarismo, de que só Ele poderá viver “a vida” impecável em nós, embora continuemos pecando. Nessa hora angustiante, surge Pedro, um outro mito, mas de pés de barro.

Sabemos mais de Pedro do que de qualquer outro daqueles homens galileus que acompanharam Jesus por 3 excêntricos anos. Simão Pedro estava lado a lado com o Messias e era tratado por ele de igual para igual. Jesus o colocou como pedra no alicerce da igreja, ele era uma das colunas da igreja de Jerusalém. Mas Pedro não somente era à semelhança de Jesus, minha e sua, um mero “comedor de feijão”; ele era também um vil pecador, como você, eu, e por isso mesmo, não como Jesus. Ainda que as distâncias sejam quilométricas, nos aproximamos, evidentemente, muito mais de Pedro do que de Jesus.

O que afinal Pedro tinha que levou Jesus a escolhê-lo? Será que ele possuía, igual ao rei Davi, algo em seu coração - que assim fizera Deus preferí-lo a seus irmãos, e o achara melhor do que Saul? Quem afinal era Pedro?

Cefas mostrou-se covarde, mas também corajoso. Mostrou orgulho e vaidade, mas também humildade.

Para nenhum outro o onisciente Jesus deixaria tão clara profecia sobre o martírio (testemunho) e morte, como deixou para Pedro, tanto anos, assim como momentos antes de sua própria (de Pedro) crucificação. Seu epopeico heroísmo não seria frustrado.

Mas antes disso, ele nos deixaria pistas sobre quem foi aquele homem, para o qual ele mesmo veio a ser o mais próximo outro, com o qual  relacionava-se “tu cá, tu lá”.

(Continua...)

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