Se entendi bem, esse é o sentido d‘O gentil martírio dos desconversos’, a melhor maneira de trazer Deus a tona seria encarnar nesse mundo a Sua suposta vontade de permanecer submerso. Em outras palavras, deixar Deus incluído fora dessa.
De certa forma isso é o que vínhamos intuindo e tentando apresentar em nossa leitura de O Deus que se revela:
“De igual modo a religião irá mais fundo, ou até mesmo, mais raso, que tudo isso. A religião poderá, pelo menos segundo o conceito bíblico, está envolvida em coisas meramente práticas como a sobrevivência, com o auxílio a órfãos e viúvas. Poderá passar longe da moral, e todos seus complexos mecanismos e subterfúgios, e manter-se no arroz com feijão de uma vida espartana, longe de todo tipo de corrupção desse mundo.”
e
“Deus se revela, é verdade. Até mesmo no silêncio. Na inexistência das palavras. Longe das questões e do debate moral. Bem à parte do conhecimento humano, dos sábios e entendidos. Pensar o contrário talvez tenha sido nosso grande erro. Forçamos Deus a se expressar dentro de uma lógica, que Ele mesmo nunca corroborou.”
Obviamente que tudo isso perturba e abala toda nossa tradição e tara em ostentar Deus, como um amuleto que funciona, para crentes e incrédulos. E isso, não só como uma forma de fazer média com a turma lá de cima, mas também como quem apresenta uma carteirinha VIP de membro de um grupo seleto, para a turma aqui debaixo.
Aparentemente temos em curso uma forte mudança de paradigma.
2 comentários:
oi roger, beleza?
gostei do texto do brabo e das suas considerações. deus vem se ausentando há muito tempo, é só perceber como ele vai se ocultando durante a história de israel. (vide o livro "o desaparecimento de deus" de richard friedman). mas em jesus, deus se mostra de novo mas agora com "cara nova", em nossa humanidade. caminhar com deus agora, será caminhar com a humanidade.
abraços
Se Deus está dentro de nós, nossas ações deviam expressar essa consciência, a de que cada um de nós é um "templo" onde Deus habita. Acredito que quem entende isso, descobre que "lugares" e "rituais" adquirem novos significados. O "lugar" é aqui dentro, e o "ritual" é agir.
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