Uma vez posta a pedra fundamental, o prédio da Igreja começa a ser erguido sob colunas humanas.
Ao grupo original de 12, escolhidos aparentemente pelo acaso pelo próprio Messias judaico, é agora anexado outro de sete.
Se Jesus baseou sua escolha, na própria intuição, na direção divina – uma noite de oração – ou em critérios próprios - fé (Pedro tu és pedra) e amor (Pedro tu me amas?) – aqueles 12 apelam, agora, para a democracia (escolham entre vocês) e para outros critérios – carisma, caráter e sabedoria (homens de bom testemunho, cheios do Espírito e de sabedoria). Como todo critério, esses também servem para incluir poucos e excluir muitos.
Fato é que naquela multidão evidentemente poucos amavam tanto, poucos tinham tão firme fé, poucos tinham tanto carisma e caráter, poucos eram sábios, poucos eram homens cheios do Espírito.
Por falta dessa santidade (ou daquela singularidade - como diria Brabo) surge uma tenção entre gregos e judeus. E assim o ideal anárquico chega a seu fim.
Poucos eram heróis…
2 comentários:
"Ideal anárquico" que deve permanecer sendo o objetivo a ser alcançado tanto eclesiologicamente, quanto sócio-politicamente, nos dias de hoje. Difícil? Certamente! Impossível? Quem sabe? Mas alternativa melhor do que esse arremedo de democracia neoliberal capitalista que temos.
Caro irmão, creio que os tempos não mudaram muito. O fato continua atual, a igreja, guardada suas épocas sofre com a realidade que tem que dispor-se.
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