Temos que ser honestos, geralmente os não-crentes são vistos como objetos conversíveis quando na verdade nós é que necessitamos de conversão.
Quem está acostumado com meu estilo sabe que eu começo meus textos provocando. Não intenciono provocar somente os outros, mas também a mim mesmo. Sou crítico. Mas sempre a pessoa que mais critiquei foi a mim mesmo. Depois as pessoas mais chegadas. Meu ambiente social, minha igreja, meu estado, meu país e etc.
Adoro ouvir uma piada de mineiro, me divirto com elas - desde que me seja contada por outro mineiro.
Sou autocrítico e isso dentro de padrões normais é muito saudável. Por isso quando faço alguma crítica à igreja estou pensando primeiramente em mim, na minha impossibilidade de mudar a situação, meu dever de orar sobre isso e também de falar sobre minhas impressões. E é bom quando recebo feedbacks positivos de pessoas que percebem da mesma maneira e nutrem o mesmo ideal que o meu. E mais ainda que estejam dispostas a colocar a mão na massa para construir um futuro melhor para a cristandade e para o mundo ao nosso redor.
Pois bem, olhamos o não evangélico indo para o trabalho e pensamos a melhor estratégia para trazê-lo para nossa igreja, para ganhá-lo para Jesus ou movê-lo da sua indiferença em relação a Deus. Meros preconceitos...
De fato, nunca vi Jesus dizendo que deveríamos ganhar pessoas para Ele. Me intriga a sua frase que diz: segue-me e farei de você pescador de homens. Não tenho conhecido muitos pescadores. Muito menos de homens.
O proselitismo, como escreveu Felipe Fanuel, é um mal difícil de se curar no meio das igrejas evangélicas. Proselitismo vê-se bastante, mas isso nunca será pregar as boas novas.
Vítor Grando nos lembra em seu artigo que a pregação do Evangelho, ou o sistema de salvação cristão, possui um cerne, uma raiz que está baseada na remissão dos pecados. Nesse sistema a lei mosaica desempenha um papel importante, o qual equilibrado com a graça revelada em Jesus Cristo nos aponta a porta pela qual deve-se entrar para ser salvo. Mas mais do que isso ele nos mostra o caminho que devemos percorrer nesse processo de estar sendo salvo e santificado. Um processo que ocorre de dentro para fora.
Com um pouco de auxílio da gramática veremos que o não crente não pode ser visto como objeto (primeiro erro), mas sim como um sujeito da conversão. E não um sujeito passivo, não somos nós que o convertemos e nem muito menos Deus. Ele é ativo em sua própria conversão.
Gosto da figura do nascimento, o novo nascimento. Pois no nascimento natural há um esforço coletivo, inclusive o do próprio bebê, sem o qual ele dificilmente chegaria ao mundo. Mas estamos acostumados com as cesarianas. Abrimos a barriga da mãe e tiramos o garoto (ou guria) de lá. Costura-se, pronto.
Esse processo pode ser muito útil certas vezes, mas não é o padrão, pois não pode ser repetido muitas vezes com a mesma mãe.
(continua)
Um comentário:
muito bom parabens pelo post!!
Abs!
Faculdade Teológica
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