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quinta-feira, 2 de outubro de 2008

The Way of The Master - Ray Confort



Asssisti a esse vídeo há uns dois anos atrás e desde então eu nunca mais enxerguei Lei e Graça da mesma forma e isso mudou minha forma de ver o sacrifício de Cristo e a evangelização. O vídeo não ensina nada novo, apenas o que já foi praticado há muito tempo, pelos apóstolos e pelos grandes evangelistas da história. Infelizmente, poucos crentes têm essa compreensão tão básica da Salvação. Esse vídeo têm o poder de transformar uma Igreja. Primeiro a acusação da Lei, aí sim compreendemos o dom da Salvação. Sem Lei não há Evangelho. Ray Confort faz uma interessante analogia sobre o método de evangelização que a Igreja muitas vezes utiliza e o modelo de evangelização pela Lei. Imagine que você está num avião e a comissária de bordo se dirige a você com um pára-quedas e lhe diz "Vista esse pára-queda e sua viagem será muito mais confortável e gostosa". Então o passageiro coloca aquela mochila grande nas costas e em pouco tempo repara que sua viagem não está nada confortável mas sim muito pior e incômoda. Os passageiros ao seu redor começam a rir de sua cara até que uma hora o passageiro se revolta, tira o pára-quedas e o joga no chão. É assim que apresentamos Jesus hoje. Como alguém que pode tornar nossa vida mais fácil e confortável. Quando isso não se cumpre as pessoas renegam a Cristo e o "jogam no chão". Por outro lado, imagine que esta comissária se dirija ao passageiro dizendo "O avião está prestes a cair, vista esse pára-quedas...." Não é preciso responder qual será a atitude do passageiro em relação ao pára-quedas. Assista ao vídeo, vale a pena!

Este outro vídeo é sobre o mesmo assunto:
http://video.google.com/videoplay?docid=-815413473552516092&ei=CejkSNLBDIqCrQLlxtycCw&q=hell%27s+best+kept+secre


6 comentários:

ROGÉRIO B. FERREIRA disse...

Antes de assistir o vídeo (que é de 40 min.....) gostaria de fazer o seguinte comentário.

Existem diferentes maneiras de se abordar o Evangelho. A Bíblia está cheia delas. John Wiber propôs suas técnicas, Bill Bright as deles, sem falar em Finney e outros. Eu sou a favor do método despadronizado e autêntico. Um bem pessoal que passe somente nas suas medidas e na da pessoa que te observa e ouve.

Também não gosto da teoria do avião em queda. Há com certeza gente que goste e precise disto. Não é meu estilo. Até mesmo desconfio do método. Por que?

90% das pessoas sensatas ou não já sabem que o avião está prestes a cair. O problema é convencê-las de que nosso paraquedas não é uma furada! Os outros 10% eu diria ou não tão nem aí se o avião está caindo ou não ou não tão nem aí se tem parquedas ou não.

Como na música do Logos, o Evangelho desfaz o nó do coração, e sabe Deus lá o que se passa na alma da pessoa, onde está o nó. Devemos semear a palavra, o terreno fértil produzirá os seus frutos. Qual palavra? qual versículo? Se fosse necessário resumir em um, o que não acho que é, resumiria na proclamação da ressurreição de Cristo. Pois se a pessoa crer nisso, e confessá-lo como Senhor, ela será salva. Não conheço uma pessoa que de fato crê no Jesus vivo e o declare como Senhor que não tenha sido salva por Ele. Mas salvos do quê? É aquela história, fomos salvos, estamos sendo salvos e seremos salvos. E a vida de Cristo é nossa salvação.

Algumas pessoas que tenho conseguido tranmitir, reafirmar ou reforçar essa mensagem, posso assegurar que elas tem juntamente conosco prosseguido para o alvo.

Agora enquanto passo a roupa da família, deixa eu ver o vídeo.

Abração para ti, Vítor,

Roger

ROGÉRIO B. FERREIRA disse...

Assisti. Ufa!
Nada de novo. O velho “american way of live”.

Exegese, pobre: o ponto crucial para o jovem rico, o nó do coração dele, não foi desfeito. E não tinha nada a ver com os 10 mandamentos. Eles omitem isso. Texto fora do contexto é pretexto.
Os americanos são tão ingênuos que chega a ser divertido vê-los. O bom e velho pragmatismo: aperte a tecla A, push a alavanca B, e o produto sai quentinho do forno! Mas na prática a teoria é outra.

WDJD? Aconselho a leitura do “Em seis passos o que faria Jesus?”, é bem mais proveitoso.

As entrevistas: como técnica de pesquisa social empírica, só me faz rir. Entretêm mas não demonstram nem provam nada. A não ser que as pessoas gostam de dialogar e de atenção.

Peguemos outros textos, a samaritana no poço, o etíope, a conversão de Pedro, de Paulo ou do centurião Cornélio. Fiquemos com esse último: At 10:28.
Pedro nem aponta a lei, apenas diz que ele próprio já estava fazendo ali algo ilícito.
Depois afirma categoricamente que aquelas pessoas eram tementes a Deus e praticavam o que é justo. Ou seja, BOAS.

Jesus diz que o bom homem tira do tesouro do seu coração coisas boas. Infelizmente aquele jovem rico não tirava nada de bom do seu coração, nem muito menos do tesouro dos seus cofres.

Com isso não quero dizer que se você apertar o Butão A ou empurrar a alavanca B, não vá funcionar. Às vezes sim, claro. Mas não queira vender isso como “o método”. Mas assim são os americanos em geral tarados por resultado, por sucesso e tudo mais. Infelizmente nosso evangelicalismo ta impregnado disso, precisa ser expurgado e voltar à singeleza e simplicidade que há em Cristo. As estatísticas mostram que a cada ação evangelística deste estilo se convertem 50000 e escondem que saem 70000 pelas portas do fundo. Isso não é novo nascimento nem conversão.

Como sempre, acho que me empolguei, mas chega uma hora que essa coisa cansa...

Fico por aqui,

Fraternalmente em Cristo,

Roger

Vitor Grando disse...

Roger,

Quanto aos problemas exegéticos do "método", eu devo concordar. Em alguns momentos eles falam mais do que o texto permite, como no caso do jovem rico. Mas apesar disso, não acredito que isso invalide o método (com os devidos cuidados que devemos ter com a palavra método).

O príncipio que eles usam, para mim, é extramemente válido e bíblico, como eu disse, esse vídeo me inspirou a encarar o Evangelho de outra maneira. A salvação consiste de Lei x Graça, exatamente o que eu afirmei no último texto. Acho que versículos como Romanos 3.19 e Galátas 3.10 sustentam muito bem o príncipio da Lei na pregação do Evangelho. Sem a conscientização da Lei não há sentido em afirmar que Jesus Salva, pois, primeiro é necessário revelar ao homem a necessidade de ser salvo, ainda mais nesse mundo onde todo mundo se considera "bom".

Com os devidos cuidados, acho que posso afirmar que Deus fez a mesma coisa ao revelar o AT, onde a ênfase é na Lei, e só depois o NT, onde a ênfase é a graça. E acredito que o vídeo demonstra isso muito bem, apesar de ser leigo.

A dinâmica da Lei está presente em todo o lugar, não só no AT, mas a Graça apenas em Cristo, por isso creio que tudo aponta para Ele e podemos, como disse Tillich, se apossar de elementos legitímos de diferentes culturas.

Um abraço!

ROGÉRIO B. FERREIRA disse...

Entendi seu ponto de vista, Vítor,
e até concordo. De fato Romanos trata deste assunto como vc mesmo destacou no post anterior.

Existem porém dois extremos, de um lado "a graça barata" e do outro "o legalismo". Temos que ter discernimento para no contexto correto darmos a ênfase correta para nos distanciarmos destes dois polos maliguinos.

Fraternalmente,

Roger
PS: A graça também pode ser vista em todo lugar, não?

Vitor Grando disse...

Roger,

No próprio texto eu tratei desses dois extremos. O fato de se pregar a lei não é legalismo, mas uma forma de nos levar a Cristo que cumpriu toda a lei por nós. A lei nos serve de aio até Cristo.

Se a graça pode ser vista em todo o lugar? Olha, graça no sentido que estamos falando aqui, de nos libertar do jugo da lei - graça salvifica, eu acredito que não. Pode ser falha minha em não enxergá-la. Agora, eu acredito que Deus deixou rumores de transcêndencia por diversos lugares, talvez isso seja graça, a graça comum.

Se tiver algum exemplo de graça salvifica, escreve aí!

Um abraço!

ROGÉRIO B. FERREIRA disse...

Amigo Vítor,

esses "debates" são bons pois nos leva a analisar um mesmo tema sobre várias perspectivas. Às vezes podemos assim aperfeicoar nosso entendimento sobre o tema e até mesmo mudá-la.

Meu objetivo aqui não é fazê-lo mudar. Como já falei bastante nos outros comentário vou procurar ser mais breve, colocando apenas algumas considerações. Vou deixar para você que é Teólogo, ou está no caminho para tornar-se formalmente um, se aprofundar no assunto e quem sabe trazer mais luzes para gente aqui.

1) Achei bem esperta a sua tirada VT + NT (lei + graça). Concordo contigo. Certa vez disse a um amigo o VT é como um museu (amo museus), nos ensina muito, abre nossa mente. Mas não serve para resolvermos problemas atuais. Atualmente vale a graça.

2) O texto do jovem rico irá me mostrar vários pontos que contradizem a tese: o maior deles é que o rapaz é quem traz a pergunta a tona, a iniciativa parte dele. Ele estava procurando por algo. Outro ponto é que ele era rico (um grupo muito restrito e particular na sociedade). Outro ele se achava uma pessoa boa, e Jesus não usou a lei para convencê-lo do contrário. A lei só reforçou a sua auto-justificação. Entende?

3) teriam outras coisas, mas como disse queria ser curto.

Um bom sábado e domingo nessa Cidade Maravilhosa!!!

Roger
PS: Vou pensar na questão da graça salvívica e em outras religiões. Pesava apenas na graça e no mundo de maneira geral, na natureza. Mas talvez exista também rumores de graça salvívica em outras religões... não sei.